Teatro, dança e circo agitam Virada Cultural

A I Virada Cultural de Aracaju movimentou a capital sergipana nesse sábado, 20, com 24 horas ininterruptas de esporte, lazer e arte para a população. A programação aconteceu simultaneamente em vários bairros para comemorar o aniversário de 155 anos da cidade. Os aracajuanos participaram de cada atividade e garantiram o sucesso da iniciativa inédita, que levou teatro, dança, cinema, música, esportes, entretenimento e educação para 28 pontos da capital.

Um dos locais que recebeu o circuito foi o mercado Thales Ferraz, onde as companhias de teatro Kaza da Imaginação, Cia das Artes Mafuá, Grupo Imbuaça e Grupo Maracangaia apresentaram peças durante toda a manhã. Os espetáculos encantaram o público, formado por comerciantes e consumidores.

A peça ‘Água Mole e Pedra Dura’, da companhia Kaza da Imaginação, deu início à programação. O espetáculo conta a história de dois personagens, Dona Deusa e Seu Mateus, que disputam para saber quem sabe mais sobre o nosso folclore. A atriz Tânia Maria, que faz o papel de Dona Deusa, elogiou a ideia de realizar a Virada Cultural em Aracaju. “Nos sentimos engrandecidos em mostrar para os aracajuanos e para turistas as riquezas de nossa terra. Isso é realmente maravilhoso porque é um reconhecimento do nosso potencial artístico”, ressaltou.

A turista Rosana dos Santos Ferreira também aprovou a iniciativa. “Essa peça nos proporcionou uma viagem pela cultura popular de Sergipe. Aprendi várias coisas que não sabia”, declarou a administradora, que veio da cidade de Santos. “Antes de vir para Aracaju, visitei o site da prefeitura e vi a grande programação que ia ter em comemoração ao aniversário da cidade. O presente foi nosso”, disse Rosana.

As apresentações teatrais também aconteceram durante a noite na Sala Sergipana de Teatro (Casa Rua da Cultura), localizada na praça Camerino. Entre peças e monólogos, foram ao todo nove encenações. A programação começou às 19 horas e adentrou a madrugada, terminando às 4 horas deste domingo.

Dança

No Teatro Lourival Baptista, 11 companhias de dança apresentaram seus espetáculos, com performances de dança contemporânea, moderna, dança árabe, entre outras. As apresentações tiveram início às 15 horas seguiram até pouco depois da maia-noite.

Para Gabriela Carvalho, dançarina do grupo Rosa Negra, a iniciativa ajudou a suprir a falta de oportunidades para os grupos de dança. “Nós, enquanto artistas, devemos correr atrás e abrir os nossos próprios espaços, mas também é importante que o poder público valorize as manifestações culturais de seu povo. Espero que o evento aconteça mais vezes”, falou.

O ator Leandro Santolli se apresentou à noite na Casa Rua da Cultura com a peça ‘Cacuete: a incrível performance de crendices’, mas também esteve à tarde no Lourival Baptista para prestigiar os grupos de dança. “Eu achei a idéia da virada incrível porque as atividades são bem variadas e não acontecem em um ponto específico, mas em toda a cidade, o que facilita o acesso do público. Gostei também porque desde companhias de renome até as menos conhecidas tiveram espaço na programação. Isso é muito bom, pois motiva quem está iniciando e possibilita que todos mostrem sua cara e acabem tendo o trabalho conhecido”, completou Leandro.

Circo

Em frente ao Shopping Riomar, no bairro Coroa do Meio, das 8 às 14 horas, foram realizadas oficinas de técnicas circenses. Durante a tarde, sob a tenda montado no local, apresentaram-se trupes de circos como Novo Milenium e Gold Star, além de companhias circenses que divertiram o público até as 21 horas com números de malabarismo, acrobacia, dança, além, claro, dos palhaços.

“Os circos nos últimos anos têm sofrido muito com o esquecimento. Acho muito importante que a Prefeitura de Aracaju esteja com os olhos voltados para a gente também, já que nós trazemos para o público um mundo de alegria, algo que todos precisam”, opinou Jeferson de Albuquerque, apresentador e acrobata do circo Apollo.

“Quando recebi o convite para participar da virada me emocionei bastante porque o circo, em geral, é excluído em todo o Brasil. Há tantos circos carentes de apoio, com integrantes muitas vezes passando necessidade para manter viva a tradição. Por isso só tenho a agradecer o reconhecimento da prefeitura, que abre portas para todos sem distinções”, elogiou Jeferson.

Orjanadarck Figueiroa, que trouxe a família para o circo, também elogiou a iniciativa. “Adorei as apresentações e com certeza vou assistir todas. Gosto muito dos circos pequenos, aqueles de bairro, que costumam ser os mais animados. Quando soube da programação decidi que não poderia deixar de vir”, declarou.

“Não costumamos ter uma programação variada nos fins de semana que seja voltada também para as crianças. No circo eu me sinto tranquila em trazer minha filha porque sei que é algo voltado para ela. As crianças adoram, e eu também me diverti muito. Até minha tia, que tem mais de 70 anos e nem queria sair de casa, acabou gostando. Acho que nunca ri tanto na vida”, contou Orjanadarck.

Diversidade

Além das apresentações teatrais, circenses e de dança, muitas outras atividades foram realizadas em toda a cidade. Oficinas de música, batalhas de dança de rua, a Copa Aracaju de Paraquedismo e shows realizados nos bairros fizeram da I Virada Cultural de Aracaju uma festa sem precedentes, que tem tudo para se firmar no calendário de eventos da cidade.