Partido de militantes e quadros conscientes e combativos
A julgar pelo tom das discussões e pelos resultados das principais atividades nacionais realizadas por setores do Comitê Central depois do 12° Congresso e principalmente após a 2ª Reunião Plenária do Comitê Central (6 e 7 de fevereiro deste ano), manifestam-se importantes sinais do amadurecimento ideológico e orgânico do coletivo partidário.
Por José Reinaldo Carvalho*
Publicado 09/03/2010 11:50
No último final de semana teve lugar em Brasília o ativo de organização. Cerca de 70 quadros responsáveis pelo trabalho de organização do Partido de 24 estados debateram os rumos da política de construção do Partido, assumindo coletivamente o desafio de organizar a militância que cresce em todo o país e de pôr em prática a política de quadros aprovada no último Congresso.
Uma semana antes, reunia-se em São Paulo o ativo de comunicação. Em meio a discussões de caráter político, ideológico e teórico sobre a melhor maneira de transmitir as idéias do partido para as amplas massas, através de um sistema integrado de agitação e propaganda e da elevação do nível dos veículos da comunicação partidária, assumia-se o mesmo desafio e manifestava-se o mesmo clamor – organizar a militância comunista, valorizá-la, formar os quadros e estabilizar o funcionamento do Partido. Foi emblemática nesse sentido a discussão sobre a proposta de editar milhões de cópias do Programa Socialista, quando todos se pronunciaram no sentido de distribui-las através da estrutura partidária e de ações políticas e de massas, que tenham efeito multiplicador sobre os efetivos partidários e utilidade para organizar a massa de militantes e de quadros. As mesmas ênfases e prioridades foram apresentadas durante o seminário de comunicação organizado no último final de semana (6 e 7 de março) em Recife (PE).
Estes fatos demonstram que há uma tomada de consciência dos quadros dirigentes sobre a inadiável solução desta que é uma das maiores vulnerabilidades da vida partidária nos dias que correm – o baixo nível de organicidade e a dispersão da militância. Bem vistas as coisas, foi o clamor do 12° Congresso.
A organização da militância, a existência de vínculos estáveis entre esta e as estruturas dirigentes do Partido através de um sistema coerente de organizações de bases e organismos intermediários não é apenas uma questão de funcionalidade, mas algo inerente à própria essência de classe e à identidade comunista do Partido, cujo maior tesouro são seus quadros e militantes conscientes, combativos, politizados, ligados às massas e organizados.
Conscientes porque assimilam e disseminam no dia a dia, na prática, através do estudo e de uma permanente atividade de formação, a ideologia do Partido, o marxismo-leninismo, o socialismo científico que se enriquece a cada novo avanço da sociedade, do pensamento, das ciências e da ética revolucionária.
Combativos e ligados às massas porque são quadros e militantes das lutas dos trabalhadores e do povo, dos embates de classes, das campanhas patrióticas, dos movimentos democráticos, populares e antiimperialistas. Porque militar e lutar é aplicar diuturnamente o método dialético da linha de massas, pois o povo é o sujeito das transformações políticas e sociais.
Politizados porque se orientam por uma estratégia e uma tática revolucionárias – consubstanciadas no novo Programa Socialista do Partido – , definidoras dos rumos de libertação nacional e social do povo brasileiro e dos complexos e peculiares caminhos a percorrer. Porque são protagonistas da luta política concreta, aceitando os desafios do dia a dia e das distintas conjunturas, muitas vezes surpreendentes, tarefa que assumem sem esquematismo nem determinismo, num fazer criativo variado e instigador como é a própria vida. Nos dias de hoje esta politização se traduz pelo esforço de abrir caminhos e acumular forças, consolidando e aprofundando o ciclo político aberto na vida do país com a vitória de Lula em 2002, através de plataformas de luta pela soberania nacional, o desenvolvimento do país, a valorização do trabalho, o progresso social, plataformas que uma vez concretizadas significariam uma revolução nacional, democrática e popular em nosso país, no rumo do socialismo.
A construção do Partido, a ampliação de suas fileiras, sua organização e estruturação são indissociáveis desses desafios da luta política cotidiana. Queremos quadros e militantes organizados, porque se a organização se subordina à política, concebida como estratégia e tática e não como mero pragmatismo imediatista, uma política conseqüente e transformadora só será vitoriosa na medida em que organize o seu “exército” de massas, militantes e quadros.
*Secretário Nacional de Comunicação do PCdoB
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