Força Sindical inaugura sede e sinaliza amplo apoio a Dilma
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, afirmou neste domingo (7) que a grande maioria dos trabalhadores filiados à central deve apoiar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, à Presidência da República. As declarações do sindicalista — que também é deputado federal pelo PDT-SP — foram dadas durante a inauguração da nova sede nacional da Força, distante apenas uma quadra da antiga, no bairro da Liberdade, em São Paulo (SP).
Publicado 07/03/2010 20:44
Segundo Paulinho, parte do apoio dos filiados deve ser dado ao provável candidato do PSDB, o governador José Serra, à senadora Marina Silva (PV-AC) e ao deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), provando que a base da central "é muito pluralista". Para obter maior coesão dos trabalhadores brasileiros no processo eleitoral, a Força se juntará às demais centrais para promover, em 1º de junho, uma Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat).
Paulinho afirmou que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), presente à cerimônia da Força, garantiu a locação do estádio do Pacaembu, de propriedade da prefeitura, para o encontro. Da Conclat será gerado um documento único das centrais sindicais com propostas que será entregue a todos os candidatos a presidente.
“Quem assumir os compromissos terá o voto dos trabalhadores”, afirmou Paulinho, aproveitando para reforçar sua preferência pessoal por Dilma. Ele acredita na continuidade das orientações do governo Lula, que “atendeu às reivindicações dos trabalhadores” durante seu mandato.
O líder sindical também arriscou um prognóstico sobre a candidatura do PSDB à Presidência. De acordo com Paulinho, José Serra sabe que suas chances de vitória são menores que as de Dilma e, assim, o escolhido pelos tucanos para a disputa deverá ser o governador mineiro Aécio Neves.
Redução da jornada
Paulinho também adiantou que a Força — defensora da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução salarial — apoia a iniciativa do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), que propõe uma proposta intermediária: redução para 43 horas em 2011 e para 42 horas em 2012. A proposta foi feita por Temer no mês passado aos líderes das centrais.
“Acho que é possível aprovar a proposta intermediária do presidente Michel Temer”, discursou Paulinho. Segundo ele, o projeto traria um ganho expressivo para a qualidade de vida dos trabalhadores. As centrais pressionam Temer para colocar a PEC (proposta de emenda constitucional) com a mudança em pauta — mas não há acordo para a votação do texto original, nem mesmo o alternativo.
O Brasil, lembrou Paulinho, só mexeu duas vezes na sua jornada de trabalho. A primeira vez foi em 1943, na gestão de Getúlio Vargas, e a segunda foi na Constituinte de 1988. “É uma luta difícil porque enfrenta todo o empresariado do Brasil. Não é fácil de aprovar, será uma batalha.”
Na opinião do líder da Força, “o atual momento é favorável para os trabalhadores reforçarem seus pleitos. “O Brasil está sendo visto lá fora como o único país que saiu da crise, e é um bom momento para aumentar as reivindicações”. Ele crê que a redução da jornada pode ser votada nos próximos 20 a 30 dias.
Em seu discurso na nova sede da Força, o líder do governo na Câmara, deputado Cândido Vacarezza (PT-SP), também disse que, como deputado, é favorável à redução para 40 horas, mas deve procurar uma solução que seja sustentável para o país. “Estamos trabalhando para construir um grande acordo com o presidente da Câmara. Podemos não conquistar o 100% do que se deseja, mas podemos conquistar 50% e depois mais 50%, que é igual a 100%.”
A inauguração da sede da Força contou com a presença do ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi (PDT), e do líder do governo na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza (PT-SP). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra Dilma Rousseff foram convidados, mas cancelaram a participação, devido a outros compromissos. Já o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, que articula uma indicação do PSB para concorrer ao governo do estado, estava confirmado, mas não apareceu.
Da Redação, com agências