A nova luta pelo socialismo
A crise das experiências socialistas do Leste Europeu e a hegemonia neoliberal das décadas de 1980 e 1990 levaram a uma nova perspectiva na luta pelo socialismo – um sistema social que ainda está na infância, contra o capitalismo envelhecido e senil. O trecho abaixo, que trata da nova luta pelo socialismo, está na página 143 do livro Idéias e Rumos, de Renato Rabelo, presidente nacional do Partido Comunista do Brasil.
Publicado 22/02/2010 16:52 | Editado 13/12/2019 03:30
Dialeticamente, a ofensiva das forças contrarrevolucionárias gera um amplo movimento de resistência anti-imperialista dos povos e nações. Apesar da investida e do ambiente conservador não estarem superados, há um renascer de lutas, desde meados da década passada. Reinicia-se, do nosso ponto de vista, objetiva e subjetivamente, um novo período de acumulação estratégica de forças e a retomada da luta revolucionária nas novas condições do século atual. Essa situação é que exige diferentes desafios. Nós denominamos essa fase, essa situação presente, como ‘nova luta pelo socialismo’. A necessidade histórica pelo socialismo é mais forte no mundo. O socialismo começa, está na infância, como disse muito bem o histórico dirigente do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal. Eu tenho dito, na forma de agitação, que os ideólogos do capitalismo são geriatras e os ideólogos do socialismo são pediatras. E é exatamente isso, porque na cena da história se iniciam as experiências socialistas. Estas têm como característica a singularidade de cada país, apresentando-se nesse período histórico como algo híbrido, nessa fase de transição. Com múltiplos componentes econômicos e várias formas de propriedade.
Na transição, é permanente a luta entre o novo e o velho, entre a velha sociedade e a nova sociedade. Fica cada vez mais nítido que a transição pode ser mais tortuosa e difícil quanto mais atrasado for o país e quanto mais adverso for o cenário mundial em que estás inserido. Essa é uma importante lição retirada da experiência passada.
Portanto, não temos duvida, cada país conduzido por forças revolucionárias, amantes do socialismo – em fusão com o seu povo, com os trabalhadores – descortinará novo caminho para edificar a sociedade socialista. Essa é a nossa convicção. Não temos dúvidas também em estreitar sempre mais as relações com base no princípio do internacionalismo proletário, nas condições atuais, do PCdoB com os partidos-irmãos, e apoiar aqueles partidos que, no poder, mantêm a perspectiva socialista”.