Greves na Grécia abominam medidas anti-populares do governo
Dezenas de milhares de trabalhadores e empregados, tanto do setor privado como do público, responderam ao apelo à greve da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), uma frente de sindicatos de classe na Grécia.
Publicado 18/02/2010 18:35
O PAME efetuou comícios de massa em 66 cidades por todo o país, ao mesmo tempo que 300 sindicatos primários e secundários (sindicatos, centros sindicais, federações industriais) do setor público e privado decidiram participar da greve.
O êxito da greve foi mais uma resposta às medidas anti-povo anunciadas pelo governo social-democrata do PASOK tais como redução de salários e pensões, aumento da idade de reforma.
Os trabalhadores viraram as costas ao apelo do governo ao compromisso "a fim de salvar o país" da crise. Eles mostraram que a Grécia não está em perigo de bancarrota e que o grande capital é o responsável pelos défices e pelas dívidas.
Foi o grande capital que antes e durante a crise fez lucros fabulosos chantageando as camadas operárias e populares e colocando o fardo da crise sobre os seus ombros.
Desde a madrugada de 10 de fevereiro milhares de trabalhadores e estudantes juntaram-se aos piquetes nos portões das fábricas e outros locais de trabalho. Grandes unidades industriais, companhias multinacionais, estaleiros de construção e o maior porto da Grécia, Pireus, foram paralisados.
A árdua batalha de preparar a greve, os piquetes, a denúncia do compromisso das forças conduzidas pelo patronato e do sindicalismo "amarelo" que controla as confederações de trabalhadores do setor privado (GSEE ) e do setor público (ADEDY) fortaleceram a classe trabalhadora na Grécia.
Também deve ser observado que o GSEE continuou as suas táticas de rompimento de greves e não organizou a greve, apoiando portanto o governo. Por outro lado, o ADEDY apelou a uma greve em 10 de Fevereiro e organizou um comício no centro de Atenas, embora com escassa participação.
Comício frente ao Parlamento
Em contrapartida, dezenas de milhares participaram no comício de massa do PAME em Atenas, realizado diante do parlamento grego. Apesar da chuva, o povo trabalhador condenou a política anti-trabalho, anti-povo e o ataque do bloco sujo constituído pelo governo juntamente com o patronato, a UE e os partidos da plutocracia que instam a classe trabalhadora a fazer os "sacrifícios" que a UE e o governo pedem.
Vasilis Stamoulis, presidente da federação sindical dos trabalhadores da indústria têxtil fez um discurso no comício. Representantes do movimento dos camponeses do All Peasants' Militant Rally [PASY] e do Pan-Hellenic Coordination Committee dos auto-empregados também fizeram uma saudação. Uma delegação do comitê central do KKE (Partido Comunista Grego) encabeçada pela secretária-geral do CC, Aleka Papariga, participou do comício.
Após o comício de massa seguiu-se uma marcha de protesto nas ruas centrais de Atenas até o Ministério do Trabalho. Os manifestantes tornaram claro que não farão qualquer sacrifício para a plutocracia, exigindo:
- Estabilidade no trabalho para todos
- 7 horas de trabalho por dia, 5 dias por semana
- Salário mínimo de 1.400 euros
- Aposentadoria aos 55 anos para as mulheres e de 60 para os homens, aos 50 e 55 para as ocupações de risco.
- Medidas para proteção substancial dos desempregados e das suas famílias e não cupons de caridade para os supermercados.
- 1.120 euros de subsídio de desemprego para todo o período do desemprego sem quaisquer condições ou pré-requisitos.
- Plenos cuidados de saúde e farmacêuticos
- Tributação drástica das grandes empresas em 45%. Abolição de todos as isenções e privilégios fiscais.
"Não prestem atenção ao que eles estão a dizer! O resgate de banqueiros, industriais e comerciantes atacadistas é a única coisa com que eles se preocupam. Eles trarão medidas ainda piores a menos que o povo trabalhador trave esta onda de medidas, a menos que desafiem os ditames do governo. Por isso, bloqueio a estas medidas, levantamento e luta constante! Novos golpes estão a vir na segurança social e na tributação. Bloqueio ao seu avanço! Não acreditem neles! Virem-lhes as costas!" declarou Aleka Papariga, secretária-geral do CC do KKE, no comício do PAME.
O original encontra-se em http://inter.kke.gr/News/2010news/2010-02-strike
Esta notícia foi reproduzida de http://resistir.info/.