Irã "ainda está aberto para um acordo", diz Ahmadinejad
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, advertiu nesta terça-feira (16) que "nós definitivamente vamos reagir" às sanções que se pretende impor ao seu programa nuclear. Mas reforçou também o caminho das negociações, dizendo que "ainda está aberto para um acordo". Ele falou em Teerã, numa entrevista coletiva transmitida ao vivo por TVs iranianas e do oriente Médio.
Publicado 16/02/2010 18:52
"Se alguém faz algo contra o Irã, então nossa resposta não será a mesma do passado, não será um aconselhamento ou explicação", disse Ahmadinejad. "Nós definitivamente vamos reagir e fazer com que eles se arrependam", sublinhou.
"Qualquer decisão que eles tomem certamente não vai nos causar problemas", disse o líder iraniano. "Não estamos encorajando uma repetição dos erros deles, mas isso não vai nos gerar problemas. Vai causar problemas apenas para eles."
Ao mesmo tempo em que repudiava o caminho das sanções, anunciado pelo presidente Barack Obama na semana passada, Ahmadinejad estimulou o prosseguimento das negociações sobre a questão nuclear iraniana. Disse que "o expediente de um intercâmbio de combustível nuclear ainda não foi esgotado" junto ao G5+1 (formado pelos membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, mais a Alemanha).
O presidente do Irã recordou a disposição de seu país de trocar urânio enriquecido a menos de 5% por volumes similares enriquecidos a 20%, para uso médico. Chegou mesmo a expressar a disposição de comprar o urânio dos EUA, desde que haja "transparência, equidade e simultaneidade".
"Estamos dispostos a um intercâmbio. Os Estados Unidos podem dar-nos seu combustível enriquecido a 20% e nós pagaremos, se desejarem, ou entregaremos nosso conbustível enriquecido a 3,5%", disse Ahmadinejad.
Ele também sublinhou que tudo seria feito sob a supervisão da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
Para Ahmadinejad, a Repúblkica islâmica do Irã já se acostumou com as sanções, que colocaram o país no caminho de um progresso constante. Ele aproveitou para anunciar que o Irã está testando uma nova geração de centrifugadoras para enriquecimento de urânio, capazes de quintuplicar o rendimento das máquinas usuais. "Caso os testes sejam exitosos, nós as instalaremos e utilizaremos nas centrais elétricas iranianas", disse o presidente.
Pouco antes, o chanceler do Irã, Manouchehr Mottaki, acusou os EUA de imporem uma ditadura militar na região com suas ações armadas, no Iraque, a Oeste, e no Afeganistão, a leste das fronteiras iranianas. A declaração foi vista como uma resposta à secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, que na véspera acusara o Irã de estar se transformando numa ditadura militar.
Da redação, com agências