Ucrânia diante de nova disputa política pela presidência
A Ucrânia enfrenta hoje uma nova etapa de uma possível crise política, diante da negativa da primeira-ministra Iúlia Timochenko de reconhecer o resultado do segundo turno das eleições presidenciais.
Publicado 14/02/2010 17:33
Timochenko confirmou sua disposição de manter a denúncia frente aos tribunais sobre a suposta fraude nas eleições realizadas há uma semana, nas quais venceu seu rival Viktor Ianukovitch, com 48,95% dos votos, segundo a contagem extra-oficial.
A chefe de governo, que evitou aparecer em público durante pelo menos cinco dias, finalmente fez uma declaração na televisão, na qual assegurou ter mantido nesse tempo contatos com juristas e ter recompilado provas materiais sobre a fraude eleitoral. Por sua vez, Ianukovitch, que lidera o Partido das Regiões (PR), recordou a Timochenko que a situação é sempre aquela com maiores possibilidades para realizar fraudes, enquanto que a imprensa destaca que primeira-ministra, chamada de dama-de-ferro ucraniana, se comporta como se atuasse desde a oposição.
A primeira ministra, com 45,47% dos votos no segundo turno, afirma que sua decisão se baseia, entre outros argumentos, no rechaço de alguns observadores europeus a supostos casos de fraude nos votos, em especial na região autônoma de Criméia.
Nesta semana, a própria missão conjunta de observadores europeus declarou oficialmente que considerava a disputa eleitoral transparente e organizada e que a Ucrânia teria cumprido as normas estabelecidas pelas democracias ocidentais.
A isso se uniram mensagens de felicitação a Ianukovitch desde os dirigentes dos Estados Unidos, da Comissão Européia, do Pacto Militar do Atlântico Norte (Otan) e da Georgia, um país que o PR acusou de tentativa de sabotar as eleições para favorecer Timochenko.
A primeira-ministra retratou sua convocatória a protestos contra a suposta fraude e afirmou que seria uma batalha nos tribunais, ainda que o bloco de Timochenko possua pouca influência sobre a Corte Suprema Administrativa, encarregada de avaliar as eleições.
O PR conseguiu transportar mais de 10 mil partidários para esta cidade e tomar seus pontos cruciais, ao contrário do ocorrido durante a chamada revolução laranja de 2004, quando Viktor Iuchtchenko chegou ao poder em meio a manifestações para denunciar fraude.
Fonte: Prensa Latina