Moradores cobram de Kassab e Serra ações contra enchentes
Um ato na segunda-feira (08/02) reuniu moradores de diversas regiões da cidade de São Paulo que foram atingidos pelas enchentes e pelos deslizamentos de terra, provocados pelas chuvas. Realizado em frente à prefeitura, o ato contou com a organização da Federação das Associações de Moradores do Estado de São Paulo (Facesp) e garantiu que uma comissão fosse recebida pelo secretário Especial de Relações Governamentais, Antonio Carlos Rizeque Malufe.
Publicado 11/02/2010 13:41
- Arquivo do Gabinete de Jamil Murad
Os movimentos sociais decidiram se reunir em frente à Prefeitura de São Paulo no dia em que se completaram dois meses de represamento de água em bairros próximos à várzea do Rio Tietê na zona leste da Grande São Paulo, sem que as administrações municipal e estadual tenham um diagnóstico sobre o problema ou apresente soluções emergenciais.
As movimentações se iniciaram em bairros da zona leste e, com o envolvimento do movimento de moradia organizado, especialmente por meio da Facesp, bairros da zona sul e de outras regiões da cidade também foram mobilizados. O diretor da Facesp Antônio Pedro de Souza, o "Tonhão", explica que a perspectiva é envolver cidades da região metropolitana nas próximas mobilizações, como Mauá e Ribeirão Pires, também bastante afetadas pelos alagamentos.
Parlamentares apoiaram mobilização
No ato, além dos moradores e movimentos de luta pela moradia, participaram diversos vereadores, deputados estaduais, federais e o senador Eduardo Suplicy (PT/SP). Uma comissão formada por cerca de 20 pessoas foi recebida pelo secretário Especial de Relações Governamentais, Antonio Carlos Rizeque Malufe e, entre as reivindicações, estavam o desassoreamento do rio entre a barragem da Penha e a cidade de Itaquaquecetuba, região onde está localizado o represamento, abertura da barragem da Penha para o escoamento da água represada, uma política habitacional para os moradores da região de várzea do rio e a indenização pelos danos causados pela chuva.
Os moradores reclamaram dos riscos de doenças, devido ao transbordamento de bueiros e a ploriferação de animais como cobras e ratos dentro das casas, devido às enchentes. A prefeitura se comprometeu com a tomada de medidas mais efetivas e imediatas, como a retirada de entulhos das regiões mais atingidas, a desobstrução de bueiros e galerias, e o início do processo de desassoreamento da calha do Tietê.
Desmentido
O secretário Malufe foi contestado pelos representantes dos moradores quando afirmou que havia mais de 3 mil homens trabalhando na limpeza dos entulhos e melhoria das condições das regiões atingidas. Ele se comprometeu a investigar a efetividade de sua própria afirmação e também a ampliar as equipes que estão trabalhando.
Os moradores imputam responsabilidade também ao governo do estado e à própria atitude da prefeitura de contingenciamento das verbas destinadas à limpeza urbana. Ficou marcada uma reunião com o prefeito Gilberto Kassab para sexta-feira (12/2) às 13h.
A manifestação é a primeira a reunir as vítimas de diversas regiões da cidade e reuniu cerca de 400 pessoas, segundo a organização do ato.
De São Paulo, Luana Bonone, com site do deputado Paulo Teixeira