Líder do PCdoB diz que votação dos PLs do pré-sal são prioridades
A nova líder do PCdoB na Câmara, deputada Vanessa Grazziotin (AM), defende o aumento da produtividade da Casa neste primeiro semestre para compensar a redução dos trabalhos durante a campanha eleitoral. Em entrevista ao Jornal da Câmara, ela fala sobre os projetos prioritários na pauta da votação.
Publicado 10/02/2010 15:43
Entre as prioridades estão a votação dos projetos do pré-sal e a proposta de emenda à Constituição que reduz de 44 para 40 horas semanais a jornada de trabalho (PEC 231/95). Uma reforma política completa, diz ainda, não sairá neste ano, mas o PCdoB é favorável ao voto em lista e ao financiamento público de campanha.
Farmacêutica e professora, Vanessa Grazziotin cumpre seu terceiro mandato na Câmara. Ela assume a liderança do PCdoB em substituição ao deputado Daniel Almeida (BA), que passou a liderar o bloco formado por PCdoB, PSB, PMN e PRB. Leia abaixo a entrevista concedida pela deputada à Agência Câmara.
Agência Câmara: Qual a expectativa do partido em relação aos trabalhos da Câmara neste ano de eleições?
Vanessa Grazziotin: Vamos precisar aumentar o ritmo de trabalho neste primeiro semestre. Aumentar o ritmo não significa se reunir de terça a sexta, mas elevar a produtividade. Os parlamentares estão em Brasília de terça a quinta. A gente começa a votar terça à noite. Por que não começar a votar terça à tarde e o dia todo na quarta? Isso é melhorar a produtividade. O nosso objetivo é votar no primeiro semestre tudo aquilo que se votaria o ano inteiro e é possível. Havendo acordo entre todos os partidos, de situação e de oposição, e havendo uma mobilização intensa das bancadas, é possível.
Agência Câmara: Quais seriam as prioridades do PCdoB para votação?
Vanessa Grazziotin: Primeiramente, deveríamos concluir a votação do pré-sal. Já é uma votação iniciada, há um acordo entre as lideranças e, inclusive, com a liderança da oposição. Essa é a primeira matéria que deve ser analisada. A partir daí, vários outros projetos têm prioridade. De nossa parte, vamos fazer um esforço para colocar em discussão a jornada de trabalho de 40 horas. Claro que isso passa por negociação, não só com os partidos, mas com os setores produtivos, com o próprio governo. É preciso envolver as entidades patronais e as centrais de trabalhadores.
Agência Câmara: Qual a posição do partido em relação à reforma política?
Vanessa Grazziotin: Nós votamos no ano passado uma minirreforma. Uma reforma política, como nós defendemos, é difícil. O PCdoB tem uma posição muito clara, defende o voto em lista, defende o financiamento público de campanha, é um projeto que tem que ser muito bem trabalhado e costurado. No ano passado, ninguém conseguiu votar. Este ano, tudo indica que não vai se conseguir também. Agora, há um projeto em pauta que é o projeto da ficha limpa [Projeto de Lei Complementar 518/09, que institui a chamada "ficha limpa" obrigatória para os candidatos nas eleições]. Nesse projeto, a gente pode avançar e ele terá o apoio integral do PCdoB.
Agência Câmara: Como será esse apoio?
Vanessa Grazziotin: Eu não posso te falar a respeito do conteúdo, porque é preciso levar em consideração o que não fere o direito adquirido, o direito constitucional das pessoas, de defesa. Mas nós concordamos com a ideia de que esse projeto avance e seja votado ainda neste ano.
Da Sucursal de Brasília com informações da Agência Câmara