Ciro Gomes engrossa o coro das críticas a FHC
O deputado Ciro Gomes (PSB-CE) entrou na troca de acusações entre tucanos e governistas, e escolheu o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) como alvo. Para Ciro, as críticas de FHC à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) derivam de uma "vaidade misturada com inveja que tem de Lula".
Publicado 10/02/2010 15:38
Para atacar FHC, Ciro lembrou as denúncias de compra de votos para aprovação da emenda que implantou a reeleição no Brasil. Argumentou ainda que, assim como Lula, Fernando Henrique também escolheu José Serra, na época seu ministro, candidato à sucessão presidencial. "A Dilma do FHC foi o Serra. O Fernando Henrique continua querendo impor essa figura detestável que é o Serra."
Duas vezes derrotado na disputa pela presidência da República (1998 e 2002), Ciro Gomes reconheceu que Dilma Rousseff não tem experiência eleitoral, mas se negou a responder se ela apenas é o "reflexo de um líder", como declarou o ex-presidente FHC. "Dilma não tem vivência eleitoral. Esse dote ela não tem. Mas ela tem todos os dotes: é o melhor quadro que Lula e o PT poderiam apresentar", ressaltou. Ao garantir que é candidato à presidência da República pelo PSB, o deputado disse que o PT e o PSDB têm interesse em retirá-lo da disputa. "A única afinidade (dos dois partidos) é a tentativa de reduzir a um Fla-Flu. O Serra e o PT gostariam muito de retirar a minha oportunidade."
Para Ciro Gomes, tanto o PSDB quanto o PT se uniram "às mesmas figuras do passado" do PMDB. Ele citou nominalmente os líderes do governo no Senado, Romero Jucá (RR), e do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), lembrando que ambos ocuparam cargos de destaque nos dois governos. "FHC se atracou com o que há de mais atrasado no Brasil. O Lula se atracou com as mesmas figuras do passado", observou.
Na avaliação do deputado, Dilma Rousseff, se eleita, repetirá a mesma fórmula usada por Lula e FHC. "Se for eu, será diferente", assegurou. "Serra representa o passado. A Dilma é o presente e eu represento o futuro", disse. O deputado voltou a criticar a aliança entre PT/PMDB. "Todos os partidos têm seus defeitos e virtudes. Não sou contra o PMDB. Sou contra a frouxidão moral que representa a aliança PMDB/PT nesse momento", alegou.
Cortejado pelo PT para ser candidato ao governo de São Paulo, Ciro Gomes insiste em manter sua candidatura à presidência da República. Afirmou desconhecer uma reunião, no dia 23, anunciada por petistas e por aliados, como o PC do B, para discutir seu futuro eleitoral. Ciro reafirmou que só vai retirar seu nome da disputa presidencial, se for um pedido do PSB. No carnaval, ele se encontrará com o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, em Recife. "Se o PSB quiser a retirada da minha candidatura à presidência, eu aceito docemente. Se pedir para me candidatar ao governo de São Paulo, vou espernear muito e depois resolver", concluiu Ciro. Ele defendeu, no entanto, que o partido lance um nome, o de Paulo Skaf, na corrida eleitoral paulista. "Time que não joga, não forma torcida."
Fonte: Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo