Kassab veta proibição de sacos plásticos em São Paulo
Em meio aos problemas das enchentes – que têm o excesso de lixo como uma de suas principais causas -, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), vetou projeto de lei de dois vereadores da base aliada que previa a proibição do uso de sacolas plásticas no comércio da capital paulista. O jornal Valor Econômico diz que o prefeito seguiu as "recomendações" de uma associação patronal da indústria de plásticos, o Plastivida.
Publicado 05/02/2010 17:11
A proposta partiu dos parlamentares Gilson Barreto e Claudinho de Souza, ambos do PSDB, que forma a base do prefeito (Kassab chegou ao governo como vice do tucano José Serra). A legislação obrigaria empresas a substituir os tradicionais sacos plásticos por embalagens "confeccionadas com materiais de fontes renováveis ou recicláveis". Preservação ambiental e redução do volume de resíduos gerados na cidade eram os principais argumentos da matéria barrada por Kassab.
Recentemente, as prefeituras paulistas de Sorocaba (onde o prefeito é do PSDB), Osasco (PT), Jundiaí (PSDB) e Guarulhos (PT) decretaram o fim da utilização das sacolinhas plásticas sob a mesma justificativa. Nessas cidades, está em andamento o processo de conscientização das empresas e consumidores para a substituição por embalagens de papel, material biodegradável ou reciclável.
O Instituto Sócio-Ambiental dos Plásticos (Plastivida), apoiado pela indústria plástica brasileira, informou que o prefeito também seguiu suas recomendações para vetar a proposta dos vereadores. De olho nos interesses econômicos do setor, a entidade tem brigado na Justiça contra leis que proíbem as sacolinhas em outras cidades.
Ao argumentar o veto ao projeto de lei nº 577, que tramitava na Câmara Municipal desde 2007, Kassab invocou a o tema ambiental. "A questão relativa ao uso de embalagens confeccionadas com materiais oriundos de fontes renováveis necessita de estudos mais aprofundados", alegou o prefeito. "Não há garantia de que a substituição proposta pela mensagem resulte em prevenção", diz a justificativa. O prefeito, ao lado de Serra, vem sofrendo uma enchurrada de críticas devido às enchentes que se sucedem na região metropolitana desde dezembro.
Com informações do Valor Econômico