PT de Minas: 110% de chance de partido ter candidato ao governo
O presidente estadual do PT de Minas Gerais, deputado Reginaldo Lopes, disse neste sábado (30) que a chance de o PT lançar candidato próprio ao governo do Estado é mensurada na casa dos “110%”.
Publicado 30/01/2010 16:32
“O PT hoje tem 110% de chance de ter candidato a governador. Quero ver se existe alguém dentro do partido com coragem para ir contra isso e apresentar outra tese que não essa. Nem o (ministro) Patrus Ananias, nem o (ex-prefeito) Fernando Pimentel têm condição de defender essa tese (abrir mão da cabeça de chapa) dentro do PT”, disparou o deputado.
Patrus (ministro do Desenvolvimento Social) e Pimentel disputam a indicação pelo partido para disputar a sucessão estadual, neste ano. No âmbito partidário, a sigla e o PMDB estão em conversação parta tentar formalizar uma coligação para a disputa da sucessão do governador Aécio Neves (PSDB).
Nesta semana, Hélio Costa, ministro das Comunicações e pré-candidato peemedebista ao governo de Minas Gerais, disse que o partido havia proposto ao PT que o nome a ser ungido pela hipotética composição das duas siglas deveria ser o mais bem posicionado em pesquisas de opinião aferidas em meados de março.
“Se eu disser que topo qualquer tipo de pesquisa, qualquer tipo de instrumento para abrir mão da cabeça de chapa, eu estaria mentindo para a base do PT, ou estaria mentindo para os aliados”, disse Lopes.
“Essa tese (candidatura própria) é da base do PT. Há um sentimento de que a candidatura própria do PT agrega mais os mineiros. E a base do PT é maior que qualquer liderança individual do PT. Essa mesma base exige, primeiro, a unidade do Fernando Pimentel com o Patrus, e, em segundo lugar, quer a candidatura própria”, ressaltou Reginaldo Lopes em encontro da legenda para posse dos componentes da Executiva Estadual e para a escolha de membros que vão compor a Executiva do partido em Minas Gerais.
Instado se essa exigência dificultaria as negociações com o PMDB, Lopes disse que adotará um discurso sem eufemismos. “Eu não vou propor a tese do palanque único em Minas (para a ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à sucessão de Lula), porque se propusesse isso, eu estaria mentindo para a base do partido ou para os aliados)”, disse.
Segundo ele, o cenário de um só palanque em Minas para apoiar a candidatura nacional do PT ao Planalto ensejaria um nome para a disputa do governo estadual que tanto poderia vir do PT quanto do PMDB.
“Quando é proposto palanque único, o nome pode vir de qualquer uma das legendas, porque senão eu estaria sendo arrogante se impusesse a tese de unidade e também exigisse encabeçar a chapa. Eu não tenho a ousadia de dizer isso”, explicou.
Campanha plebiscitária
O presidente estadual do PT disse que, se não houver acordo ainda no primeiro turno das eleições deste ano no Estado, há a possibilidade de haver entendimento entre os dois partidos em eventual segundo turno nas eleições majoritárias.
“Não sendo possível o entendimento já na primeira fase da eleição, eu defendo que devemos tirar o caráter plebiscitário da eleição no Estado. A oposição ao governo Aécio Neves deve se dividir para garantir o segundo turno. Eu não sei por que a oposição deveria estar unificada no primeiro turno. Faríamos uma campanha respeitosa ao PMDB e, quem perdesse, apoiaria o outro no segundo turno. Não precisaria nem de reunião pra definir isso”, teorizou Lopes.
Nesse cenário com dois nomes, segundo Lopes, a oposição teria mais condições de atrair partidos que compõem a base aliada de Aécio Neves. O tucano apoia o nome do vice-governador Antônio Anatasia (PSDB) para sucedê-lo.
Fonte: UOL Notícias