Ato ecumênico pelo combate à intolerância religiosa em Salvador

O Espaço Cultural da Barroquinha, no Centro de Salvador, reuniu mais de 300 pessoas de diversos segmentos religiosos, na tarde de quinta-feira (21/01), em um ato ecumênico para celebrar o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e a defesa da convivência pacífica entre as religiões. O evento, realizado na antiga Igreja de Nossa Senhora da Barroquinha, local que abrigou o primeiro Terreiro de Candomblé da Bahia, foi uma iniciativa da Unegro.

O evento recebeu também o apoio do gabinete da vereadora Olívia Santana, das secretarias estaduais de Justiça e Direitos Humanos, Promoção da Igualdade (Sepromi) e das fundações Pedro Calmon e Gregório de Mattos.

Católicos, espíritas, batistas, umbandistas, seicho-no-iê, ortodoxa-bielo-russa, ialorixás e babalorixás, presentes no ato centraram seus pronunciamentos em defesa ao respeito de culto e à diversidade, bem como repudiaram todo e qualquer comportamento de perseguição e intolerância entre as religiões que atinge principalmente o candomblé.

Para a vereadora Olívia Santana, autora da lei que criou o dia municipal de combate à intolerância religiosa, é preciso que as pessoas entendam que o respeito à diversidade é o caminho para o crescimento e a convivência pacífica entre todos. Inspirado na lei municipal, o deputado Daniel Almeida encaminhou projeto à Câmara Federal criando em 2007 o dia nacional de combate à intolerância.

“Vamos trabalhar para por em prática a sugestão feita durante o evento por Makota Valdina que é a promoção de uma grande campanha publicitária voltada para o respeito e o reconhecimento das religiões de matriz africana”, declarou Olívia. Ela defendeu ainda a importância de se lutar pela implantação do plano municipal e aprovação do plano nacional de combate à intolerância.

Durante o evento foram expressas manifestações de apoio de solidariedade ao povo do Haiti, vitimado pelo terremoto que arrasou o país. As doações em dinheiro para as vítimas podem ser feitas através da conta corrente 91.000 -7, agência 1606-3, Banco do Brasil. A ialorixá Helenice de Brito, do Terreiro Ilê Axé Omin J´Oba, pediu um minuto de silêncio em nome do povo negro do Haiti, “que passa por um momento de muita dor e sofrimento”, disse.

Para a coordenadora da Unegro, Ubiraci Matildes, o povo haitiano também está sendo vítima da intolerância, pois o cônsul do Haiti no Brasil, Jorge Samuel Antoine, atribuiu o terremoto que devastou o país à origem africana da população e a sua religião.

O deputado Daniel Almeida destacou a importância do evento, lembrando que em 2007 o governo Wagner garantiu a implementação de políticas públicas contra a intolerância. “A presença das mais diversas tendências religiosas no evento expressa o desejo de harmonia entre as crenças”, disse.

O subsecretário da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade (Seppir), Eloi Ferreira de Araújo, defendeu que seja criado um grande plano de combate à intolerância articulado com diversos órgãos do governo Federal.

Participaram do evento o secretário estadual de Justiça e Direito Humanos, Nelson Pelegrino, o deputado Javier Alfaya, Creuza Lage (Federação Espírita) padre Gelson Piber, José Carlos (seicho-no-iê) Lucy Góes (Sepromi), a professora Makota Valdina, José Raimundo (Umbanda), monsenhor Jorge Costa (ortodoxa bielo-russa), Jacilene Santos (Unegro), dentre outras personalidades.

Fonte: Ascom do gabinete da vereadora Olívia Santana