PIB da China cresce 8,7% em 2009 e ameaça passar o Japão
A China registrou um crescimento de 8,7% no acumulado de 2009, superior ao esperado, anunciou nesta quinta-feira o Serviço Nacional de Estatísticas (SNE). Segundo informou órgão chinês, o valor acumulado do Produto Interno Bruto (PIB) entre janeiro e dezembro de 2009 alcançou US$ 4,91 trilhões, valor próximo ao resultado do Japão em 2008 e perto de superá-lo para se transformar na segunda economia mundial.
Publicado 21/01/2010 13:56
O Japão deve anunciar seus dados apenas no mês que vem, mas espera-se uma contração de até 6% na economia japonesa em 2009. O chefe da agência nacional de estatísticas chinesa, Ma Jiantang, que fez o anúncio dos números nesta quinta-feira, procurou relativizar o fato de a economia da China, país com 1,3 bilhão de habitantes, ultrapassar a do Japão, que tem 128 milhões.
"De acordo com os padrões das Nações Unidas, ainda há 150 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza na China, com menos de US$ 1 por dia. Esta é a realidade da China", afirmou Ma. "Apesar do crescimento do nosso PIB e nossa força econômica, temos que reconhecer que a China ainda é um país em desenvolvimento", disse.
O governo chinês havia previsto, a partir da metade do ano passado, que o PIB do ano passado apresentaria um crescimento de 8% em relação ao ano anterior. Em 2008, a economia chinesa havia crescido 9,6%, depois de crescer 13% em 2007. O ritmo de crescimento se acelerou no último trimestre do ano, com uma variação de 10,7% em relação ao último trimestre de 2008.
Um componente deste retorno a um forte crescimento foi a soma dos investimentos com capitais fixos, incentivadas pelo grande plano de relançamento do governo, anunciado em 2008, em um momento em que a China era atingida em cheio pela crise econômica mundial.
Nas zonas urbanas, esses investimentos aumentaram 30,5% (em alta de 4,4 pontos percentuais em relação a 2008). A alta da produção industrial foi moderada no ano, 11%, mas se acelerou claramente no quarto trimestre: 18% no cálculo anual. As vendas a varejo também se comportaram bem, com um aumento de 15,5% em 2009.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desceu 0,7%, enquanto o comércio exterior foi de US$ 2,20 trilhões, queda de 13,9%. As exportações ficaram em US$ 1,2 trilhões, uma queda de 16%, enquanto as importações somaram US$ 1 trilhão, baixa de 11,2%.
O investimento em ativos fixos foi de US$ 3,29 trilhões, um aumento de 30,1% frente a 2008. As vendas no varejo, principal indicador de consumo, foram de US$ 1,83 trilhões, um crescimento de 15,5 %. Por outro lado, a produção industrial cresceu 11%, 1,9 pontos percentuais menos que em 2008.
Com agências