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 Ataque americano no Afeganistão mata 10 civis, 8 eram crianças

O presidente afegão, Hamid Karzai, denunciou nesta segunda a morte de dez civis, sendo oito crianças, durante uma operação militar das forças estrangeiras no leste do Afeganistão. Estas forças são compostas principalmente por tropas dos Estados Unidos.

Em comunicado, o Palácio Presidencial afegão informou que Karzai "condena" o ataque, que segundo seu gabinete ocorreu no domingo, na província de Kunar.

Conforme o presidente, a operação ocorreu no distrito de Narang e causou a morte de dez pessoas morreram, embora não detalhou se esta foi uma ofensiva por terra ou se as tropas estrangeiras bombardearam a região.

Como é habitual nos casos em que os civis são vítimas de ações militares das tropas internacionais, Karzai enviou uma delegação governamental à região para investigar o incidente e determinar o alcance da operação.

Em comunicado, a Força Internacional de Assistência à Segurança (Isaf), missão militar sob comando da Otan, informou sobre as ofensivas lançadas nas últimas 24 horas em diversas províncias do sul e do leste do país, mas não falou de nenhuma operação em Kunar. Mas um de seus dirigentes, em Cabul, informou que forças especiais americanas estiveram no local, naquele momento.

Há mais de um ano Karzai, que renovou seu mandato em novembro, denuncia com assiduidade os ataques das tropas internacionais que acabam com a vida de civis.

Pelo relatório da ONU, 1,5 mil civis afegãos morreram nos primeiros oito meses de 2009, 23% deles em ações militares das forças estrangeiras e afegãs, sobretudo em bombardeios.

Em 4 de setembro, um ataque aéreo ordenado pelo comando alemão na província de Kunduz acabou com a vida de até 142 pessoas, dezenas delas civis, algo que suscitou uma polêmica no Afeganistão e na Alemanha.

O secretário americano da Defesa, Robert Gates, afirmou recentemente que a redução das perdas civis – que acarretam a impopularidade das tropas internacionais – era "uma prioridade" da Otan e das tropas americanas. Mas parece que nada de concreto foi feito para que a promessa fosse cumprida.

Há três anos, a insurreição liderada pelos rebeldes ganhou terreno, principalmente no norte antes com fama de calmo, apesar do aumento regular do número de soldados estrangeiros que chegam, hoje, a 113.000, entre eles 71.000 americanos.

O presidente Barack Obama anunciou no dia 1º de dezembro o envio de 30.000 soldados americanos suplementares, que serão mobilizados, principalmente, no Sul.

Com agências