Yeda: o pior dos mundos ainda é seu projeto

Escândalos, crises políticas, denúncias, fortes indícios de corrupção. Apesar de tudo isso, que têm marcado o governo tucano de Yeda no RS, o balanço desses três anos não deixa dúvidas: ainda pior é o projeto que ela representa.

No ano de 2009, os gaúchos assistiram perplexos a uma sucessão de escândalos e brigas envolvendo a governadora Yeda Crusius e muitos dos seus principais assessores. São muitas denúncias, envolvendo duas grandes operações da Polícia Federal que vieram à público: a Solidária e a Rodin. Há uma CPI na Assembléia e os inquéritos continuam tramitando na justiça. Yeda e seus aliados tem feito de tudo para que as investigações não evoluam, numa clara contrariedade a vontade da sociedade, que exige conhecer a fundo os fatos e ver punidos os culpados.

Mas, o pior dos mundos para o Rio Grande tem sido mesmo o projeto que a governadora e o seu partido, o PSDB, representam e tentam implementar no estado. Essa opção só fez mal aos gaúchos, pois o governo Yeda tem colocado o Rio Grande na contramão do Brasil. Está na contramão do bolsa-família, do Prouni, do Luz para Todos, do PAC, da valorização do salário mínimo. Ou seja: enquanto o Brasil cresceu e ampliou conquistas para a sociedade, o governo gaúcho buscou outro caminho: o das escolas de lata, da privatização de parte do Banrisul, do sucateamento da educação e segurança, do esvaziamento da TVE. Como se não bastasse, tem sido um governo que criminaliza os movimentos sociais, e persegue os trabalhadores.

O balanço disso tudo aponta para um atraso do Rio Grande em relação ao país. Atraso que precisa ser recuperado, com um novo projeto de desenvolvimento para o Rio Grande – sintonizado com o desenvolvimento do Brasil. A verdade, em relação a Yeda e seu governo do PSDB é a seguinte: pregaram na campanha um tal "novo jeito de governar", mas na prática é o velho neoliberalismo de FHC e Serra, um modelo superado que quase destruiu o Brasil, com as privatizações e os benefícios aos sistema financeiro, em detrimento dos interesses do povo e dos trabalhadores.

Agora, na virada para o último ano deste governo, o tucanato gaúcho busca posicionar-se para tentar a reeleição da governadora, e já contam com aliados de primeira hora como o PPS e talvez o PP. Tarefa do tipo "missão impossível", graças ao enorme desgaste acumulado nesses três anos e a falta de propostas consistentes para o estado. Claro que, em política, nunca se deve dizer do impossível. Yeda quer gastar muito neste início de 2010, e tentar mudar a imagem negativa que construiu. Também aposta no projeto nacional do PSDB.

A sensação é de que o povo do Rio Grande foi enganado. "Comprou gato por lebre" quando resolveu apostar na alternativa Yeda. Agora, cabe aos democratas deste estado – não confundir com os DEM's ultraneoliberais gaúchos, que romperam com o Piratini – e a todos os que querem ver o estado no caminho do desenvolvimento, construir a saída. O Rio Grande merece muito mais do que teve nesses três anos desastrosos. É possível contruir um projeto avançado, que possa unir este povo para recuperar o tempo que perdeu ao dar ouvidos a "lobos em pele de cordeiro".

Clomar Porto