Crise do DEM vira motivo de chacota no plenário da Câmara
A alegação do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), de que usou o dinheiro suspeito recebido do ex-secretário Durval Barbosa, flagrado em vídeo, para comprar panetones aos carentes, virou motivo de piada nacional. Nem o plenário da Câmara dos Deputados foi poupado das pilhérias.
Publicado 02/12/2009 18:34
Uma situação como essa foi presenciada nesta quarta (2) quando o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), fazia um esforço para desobstruir a pauta:
– Vamos continuar. A sessão vai até às 14h. Às 14h, eu prorrogo a sessão e vamos em frente -, disse ele, ao chamar o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) para encaminhar a votação de um requerimento.
– E como vamos comer? -, interveio o deputado Gerson Peres (PP-PA).
– Vamos fazer um revezamento -, respondeu Temer aos risos.
– Pela ordem presidente -, disse sisudamente Aleluia.
– Que não venham panetones para saciar a fome de ninguém -, ironizou Chico Alencar (PSOL-RJ)
– Deputado! Vossa Excelência quer a palavra? -, irritou-se Aleluia.
– Não, fiz apenas um comentário no bom humor carioca que os baianos tanto admiram -, provocou Alencar.
– Deputado José Carlos Aleluia, tem Vossa Excelência a palavra – insistiu Temer.
– É claro que o bom humor pode incomodar, porque também não foi gratuito. É um escândalo que Vossa Excelência enfrenta …-, prosseguiu o deputado carioca.
Não deu outra. Antes de encaminhar a votação, Aleluia tomou parte do seu tempo para dizer que todos os que praticaram corrupção serão expulso do partido. “Não serão punidos; serão expulsos do partido. Todos! Sem exceção, porque, senão, sairei eu do partido”, reagiu.
Por enquanto, o único processo disciplinar aberto no partido foi contra o governador do Distrito Federal. O DEM, por exemplo, nada fez contra o vice-governador Paulo Octávio, citado no inquérito da Polícia Federal que apura as denúncias. Também ficou livre de qualquer processo o presidente da Câmara Legislativa do DF, Leonardo Prudente, flagrado colocando dinheiro na meia.
Da Sucursal de Brasília,
Iram Alfaia