'Paramilitares de direita estão mais ativos que Farc na Colômbia'
Um relatório divulgado na quarta-feira (25) em Bogotá sugere que os grupos paramilitares de direita estão mais ativos no país do que os rebeldes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Segundo o documento da ONG Corporación Nuevo Arco Íris, os dois grupos estariam se fortalecendo, mas desde 2008 as milícias de direita teriam sido responsáveis por mais ataques do que os rebeldes.
Publicado 27/11/2009 09:51
“Desde o início de 2008, as ações unilaterais por ano dos grupos chamados neoparamilitares têm sido maiores do que as realizadas pelas Farc”, disse Mauricio Romero, diretor do Observatório do Conflito da ONG. Romero estima que as Farc possuam hoje cerca de 8,5 mil homens armados, o Exército de Libertação Nacional (ELN), 2,2 mil, e as forças paramilitares teriam aproximadamente 11 mil efetivos.
Segurança
O documento sugere que o governo de Álvaro Uribe deve pensar em outras formas, que não a militar, para superar o conflito armado, já que, segundo a ONG, a ofensiva militar contra os rebeldes “parece ter chegado a um limite”.
“Parece que a política de segurança democrática chegou a um limite em termos de resultados militares. Daí em diante só existem duas alternativas: ou aprofundamos a guerra ou se escolhe outro caminho como uma saída por via negociada”, disse o analista da Nuevo Arco Íris, Ariel Fernando Ávila.
Mauricio Romero sugere que o governo colombiano se equivocou quando enfocou sua política de segurança democrática “somente nas Farc”. “A política tem sido limitada frente à guerrilha pela capacidade de adaptação que demonstraram os rebeldes e tem se demonstrado limitada frente aos grupos neoparamilitares, porque agora há mais presença nas cidades”, disse.
Com BBC