Carlos Marighella, um sensível guerrilheiro
Um guerrilheiro que, além de comandar a resistência ao regime militar, gostava de escrever poesias, ouvir músicas e fazer brincadeiras. Esse é o perfil de Carlos Marighella (1911-1969) que o público poderá conferir na exposição "Marighella", a partir deste domingo (9) até 25 de abril, no Memorial da Resistência de São Paulo, na Capital. A mostra, com entrada franca, reúne fotos, textos e depoimentos em vídeo de personalidades.
Publicado 07/11/2009 13:26
Morto em São Paulo há 40 anos, durante emboscada chefiada pelo delegado Sérgio Fleury, o político protagonizou momentos decisivos na história brasileira. Nascido em família pobre de Salvador, neto de escravos e imigrantes italianos, iniciou a militância nos anos 1930.
Torturado pela ditadura do ex-presidente Getúlio Vargas e perseguido pelos golpistas de 1964, enfrentou longos períodos de clandestinidade. Mas a exposição, que tem curadoria de Isa Grinspum Ferraz (sobrinha da viúva de Marighella, Clara Sharf) e do jornalista Vladimir Sacchetta, não reverencia apenas a coragem daquele que foi definido como "verdadeiro herói brasileiro" pelo crítico literário Antonio Candido.
"Era um comunista diferente, que defendia os direitos das mulheres e o divórcio na década de 1940, o que era impensável", afirma Isa.
O revolucionário, que nesta semana recebeu o título in memorian de Cidadão Paulistano, também escrevia versos libertários, líricos e satíricos, sob a influência do conterrâneo Gregório de Matos, morto em 1696.
"Ele se definia como ‘mulato baiano'' e adorava Dorival Caymmi, praia e futebol", revela a curadora, que tinha apenas 10 anos quando o mito morreu.
Fonte: Diário do Grande ABC