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Zelaya pede a EUA que esclareça posição sobre restituição

O presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, pediu, em uma carta enviada à secretária de Estado americana, Hillary Clinton, que os Estados Unidos esclareçam se as eleições no país centro-americano serão reconhecidas mesmo que ele não seja restituído ao poder.

Na carta, Zelaya pede explicações sobre as "surpreendentes declarações" do porta-voz do governo norte-americano para a América Latina, Thomas Shannon, que disse em uma cadeia internacional de notícias que as eleições seriam reeconhecidas ainda que o presidente legítimo permanecesse deposto. Zelaya assegura que a fala do funcionário sobre o acordo gera dúvidas no cumprimento do mesmo.

"Nesta ocasião nos vemos obrigados a apresentar publicamente esta respeitosa solicitação à secretária de Estado dos Estados Unidos, a sra. Hillary Clinton, para que esclareça ao povo hondurenho, se a posição de seu país foi modificada ou alterada sobre a condenação ao golpe de Estado em Honduras", afirma a carta de Zelaya enviada a Hillary.

Na entrevista, Shannon, que acompanhou a assinatura do acordo em 30 de outubro entre Zelaya e o presidente de fato, Roberto Micheletti, afirmou que o compromisso "abriu um espaço para uma decisão de uma possível restituição de Zelaya".

"Porém, essa questão vai ao Congresso hondurenho para uma decisão hondurenha a um problema hondurenho, porém também com esse acordo a comunidade internacional pode acompanhar as eleições de 29 de novembro", indicou. Shannon agregou que "com a assinatura deste acordo, EUA já anunciaram que acompanharão as eleições e também a OEA, que já mandou uma equipe para começar os preparativos"

Ele esclareceu que "a conformação do acordo do governo de unidade", que se mantém em discussão no Congresso de Honduras "é à parte da decisão" de reintegrar Zelaya

Ele esclareceu que "o acordo de formação do governo de unidade nacional", que continua em discussão no Congresso de Honduras "é separada da decisão" a reintegração de Zelaya. Por isso, o presidente Zelaya se viu obrigado a apresentar publicamente a solicitação à secretária de Estado norte-americana.

A carta de Micheletti

Antes dessa cobrança, Micheletti enviou uma carta a Zelaya por meio do ministro da presidência, Rafael Pineda Ponce, na qual pede que o presidente deposto apresente nomes para a formação de um governo de "unidade e reconciliação". O texto solicita, "sem demora, uma lista de 10 cidadãos com requisitos estabelecidos na Constituição da República, para, dentro deles, fazer a escolha dos servidores públicos que, a partir de 6 de novembro, integrarão o governo de unidade e reconciliação nacional".

Zelaya qualificou de ofensa e agressão tal pedido. "É uma agressão, uma ofensa em vista de que no acordo não se estabelece desta forma a integração do governo de unidade e conciliação", declarou Zelaya ao Canal 11 da televisão local. "É um ato sem reflexão solicitar isto antes da Comissão de Verificação", completou Zelaya.

Com Telesur