Em Honduras, cresce rejeição a eleições sob golpe militar
A rejeição de vastos setores da sociedade hondurenha à realização das eleições sob o governo golpista continua hoje expandindo-se e os candidatos antigolpistas anunciaram sua retirada do processo. Os opositores à ação militar de 28 de junho passado decidiram ontem desconhecer as eleições se não for restabelecido a ordem constitucional e o presidente eleito pelo povo, Manuel Zelaya.
Publicado 24/10/2009 23:09
Não é possível participar de umas eleições sob a ditadura militar, coincidiram os aspirantes presidenciais Carlos H. Reyes, independente, e César Ham, do Partido Unifica;áo Democrática (UD).
A última oportunidade de restabelecer a legalidade democrática na nação, o diálogo entre representantes de Zelaya e o chefe do governo de facto, Roberto Micheletti, naufragou ontem depois de 15 dias de conversas.
Os delegados de Micheletti mantiveram, em essência, a mesma posição contrária à restituição de Zelaya desde quando foi apresentado há mais de três meses o plano do mediador, o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, para resolver a crise.
Afogar o diálogo foi para conseguir seu propósito, que é chegar às eleições (29 de novembro) e legitimar o golpe de Estado, disse um dos representantes de Zelaya, o advogado Rodil Rivera Rodil.
Não obstante, os candidatos opostos ao golpe decidiram ontem retirar-se em massa do processo eleitoral por não se restabelecer a ordem constitucional.
Tal decisão foi adotada por unanimidade em uma assembleia da Frente Nacional contra o golpe de Estado com os postulados a prefeitos, deputados, presidência e outros cargos dos partidos opositores ao regime de facto.
Junto com os independentes e UD, na reunião participaram os setores dos partidos Liberal e Unificação e Unidade Social Democrata (PINU-SD), defensores da restituição da legalidade democrática.
Todas essas forças integram a Frente Nacional junto às centrais sindicais, camponesas, organizações estudantis, femininas, de direitos humanos, entre outras.
A Coordenadora Nacional dos Liberais contra o Golpe tem previsto para este sábado a realização de sua terceira assembleia com delegados de todo o país.
A Frente Nacional analisará também hoje suas estratégias de luta pacífica nos bairros desta capital, depois de ratificar ontem sua oposição às eleições nas condições do regime militar.
Fonte: Prensa Latina