Messias Pontes – Sem bandeira, oposição vira biruta

Sem bandeira, sem programa, sem credibilidade e sem rumo, a oposição brasileira transformou-se literalmente numa verdadeira biruta, nos dois sentidos: agindo de acordo com a direção dos ventos, como se pode observar nos aeroportos, e amalucada, perdida, sem juízo como se diz aqui no Nordeste em relação a pessoa desorientada.

Apesar de todo o esforço da direita irracional e entreguista no sentido de confundir e manipular a opinião pública através do seu maior partido, a grande mídia conservadora, venal e golpista, a crescente popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu governo tem deixado a oposição completamente biruta.

Depois de encontros, seminários e reuniões infindáveis, a oposição conservadora de direita aposta numa velha tese já bastante desgastada pelo uso: a exumação do moralismo da famigerada UDN – União Democrática Nacional. Certamente, por estar completamente biruta, a oposição perdeu o senso do ridículo e deve fabricar outro Plano Cohen mesmo com e apesar do fim da guerra fria.

Incorporando o espírito de Plínio Salgado, o Coisa Ruim (FHC) deve usar um Ali Kamel qualquer para incorporar o espírito do capitão Olimpio Mourão Filho para fabricar um Plano Cohen mais sofisticado, acusando a esquerda de querer transformar o Brasil numa ditadura bolivariana a moda Hugo Chávez. Para incorporar o espírito da Carlos Lacerda o Coisa Ruim tem muitas opções.

Afinal, se todo esse engodo obteve sucesso em 1937 e em 1964, por que não há de dar agora quando se tem o incondicional apoio da grande mídia conservadora, venal e golpista, e até do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Dantas (conforme Ricardo Noblat), aquele que sempre se manifesta fora dos autos?

Já que todas as tentativas para desgastar o governo fracassaram fragorosamente, a palavra de ordem de agora em diante é o moralismo. Para tanto tem-se de acusar o governo e a esquerda de mentirosos, amorais e aéticos. “O povo não gosta de mentiras”, vaticinou um gênio tucano, legítimo herdeiro da canalha udenista e que tem o DNA lacerdista.

Tudo o que a ministra Dilma Rousseff disser tem de ser desmentido. Para tanto a ex-secretária da Receita Federal deve ser chamada mais uma vez à Comissão de Constituição e Justiça do Senado para dizer que achou a agenda em que consta a audiência com a ministra da Casa Civil.

O Ciro Gomes, que tem crescido nas pesquisas de intenção de voto para o Planalto, também deve ser metralhado com a alcunha de mentiroso. Um vídeo já navega pela Internet mostrando um Ciro falastrão e mal educado, falando palavrão em um comício no interior cearense nas últimas eleições gerais, em 2006.

Mas a bola da vez é a violência verificada no último final de semana no Rio de Janeiro, quando 22 pessoas perderam a vida, sendo três policiais militares que estavam no helicóptero derrubado pelos marginais.

A direita irracional e sua mídia estão tendo um orgasmo atrás do outro com as notícias vindas do exterior dando conta da repercussão negativa dos episódios do fim de semana no Rio. E tudo relacionado com as olimpíadas de 2016 na Cidade Maravilhosa. Esses apátridas estão vibrando com o acontecido e insinuam que o COI – Comitê Olímpico Internacional – pode cancelar a decisão que apontou o Rio como sede dos maiores jogos do planeta.

Aliás, desde o anúncio histórico do Rio de Janeiro como sede das olimpíadas em 2016, portanto muito antes dos lamentáveis episódios do último final de semana, que os colonistas e demais jornalistas amestrados vêm falando que a violência pode tirar do Rio a sede das olimpíadas.

A torcida é grande, muito grande nesse sentido, principalmente das organizações “jornalísticas” da famiglia Marinho, e do lixo da Editora Abril. O tempo dedicado pelo Jornal Hoje, da Rede Globo, anteontem, à repercussão daquele episódio na imprensa internacional, notadamente na norteamericana, chamou a atenção até de quem não entende nadica de nada de telejornal. Uma vergonha!

O que se espera dos partidos do campo democrático e popular é que deixem a defesa e partam par o ataque, desmascarando aqueles que apostam no retrocesso, jogando todas as fichas no retorno dos demo-tucanos ao centro do poder político para concluírem o desmonte do Estado, principalmente com a entrega, na bacia das almas, do BNDES, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, do Banco do Nordeste, do Banco da Amazônia, de Furnas, da Base de Alcântara, da Amazônia e muito especialmente da Petrobras e toda a incalculável riqueza do pré-sal.

É imperioso se buscar todos os meios legais para mostrar a todos os brasileiros que nos oito anos do desgoverno tucano-pefelista (1995 a 2002) se praticou mais corrupção que nos outros 500 anos da nossa história, e que essa gente vende pátria não tem moral para acusar ninguém.

É mais que oportuno mostrar que a oposição se transformou numa verdadeira biruta.

Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE