Curso treina policiais para a Copa 2014
Treinamento em Brasíia busca prevenir ações terroristas durante os jogos e instrui equipes a combater explosivos e comércio de armas.
Publicado 07/10/2009 00:49
Com o objetivo de garantir a segurança durante a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, policiais estão sendo treinados para combater o tráfico de armas, identificar bombas e apreender armamentos e munições. O programa Treinar, uma parceria do PNUD com a SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública), recebeu em agosto 45 policiais durante 17 dias de treinamento físico e de inteligência. Novas turmas estão previstas para o próximo ano.
A preparação visa a prevenir possíveis ações terroristas durante a Copa. “Nós buscamos dar uma luz sobre o tema dos explosivos como uma forma de prevenção de ações de cunho terrorista”, diz Márcio Marques, coordenador de rede e sistemas de inteligência da SENASP. “Com isso, não quero afirmar que exista esse tipo de ação no Brasil, mas nós não podemos nos dar o luxo de acreditar que o Brasil esteja isento desse risco”, observa.
O programa de treinamento está em sua sexta edição e passou a ser realizado a partir de 2004, como parte da cooperação do PNUD e da SENASP em Segurança Cidadã. A última edição aconteceu em Brasília, de 11 a 27 de agosto, e a previsão é de que a próxima turma comece já em janeiro.
“As Forças precisam estar preparadas não só em 2014, mas também nos eventos testes”, diz Marques. Em 2011, o Rio de Janeiro recebe os Jogos Militares Mundiais e 2013 é o ano da Copa das Confederações, evento de futebol preparativo para Copa do Mundo.
"Sempre esses grandes eventos vem junto de iniciativas de reestruturação da comunidade que vai recebê-los", diz Erica Massimo, do PNUD. "Não é pensar nisso só em 2014, precisa preparar as comunidades, os policiais antes disso".
Para Marques, os policiais precisam aliar mais as estratégias de inteligência e a prática. “É preciso deixar de trabalhar apenas no tato e trabalhar com metodologia científica”, aponta. Em casos como o comércio ilegal de armas, ele diz que é preciso estudar as rotas criminosas para só assim poder garantir a apreensão.
Além de policiais de 14 Estados brasileiros, o 6º Treinar recebeu também representantes da Argentina, Paraguai, Uruguai, Bolívia, Peru, Venezuela e Suriname. Segundo Marques, o objetivo é estender cada vez mais a relação com outros países. Ele prevê que a próxima edição seja binacional, provavelmente feita em conjunto com a Colômbia, Paraguai ou Bolívia. “Hoje têm armamentos que vêm até da China, se tivermos uma compreensão global, vamos agir com vantagem”, diz ele.
Participam dos treinamentos policiais civis, militares e federais de quaisquer instituições. Cada unidade nas várias regiões indica os profissionais que deseja mandar para o curso, de acordo com sua formação e disponibilidade. Os palestrantes são membros do exército, da polícia ou mesmo da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN).
O programa do curso inclui palestras como “Identificação de Explosivos”, “Rastreamento de Armas de Fogo, Munições e Explosivos” e “Introdução às Operações de Inteligência”.
Fonte: Pnud Brasil