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 Partidos comunistas se solidarizam com causas árabe e palestina

 Com a presença de 52 partidos comunistas e operários de 43 países, teve início nesta segunda-feira, 28, o Encontro Internacional de Apoio à Causa Palestina e sobre a Questão Árabe. O encontro é organizado pelo Partido Comunista Sírio por decisão do Grupo de Trabalho reunido após o 10º Encontro realizado em novembro do ano passado em São Paulo. Enviaram mensagens 31 partidos comunistas que, por diversas razões, não puderam participar.

A Reunião foi aberta pelo camarada Jussef Faissal, dirigente comunista histórico da Síria e conduzida por Hunein Nemer, primeiro secretário do Comitê Central.
Um ato político de massas, com 1.500 participantes, foi o momento alto do primeiro dia de atividades, no qual intervieram também, além dos Partidos Comunistas, representantes do Partido Baath (Renascimento) Árabe Socialista e da Frente Nacional Progressista.

A tônica dos debates, nos quais já intervieram mais de 20 partidos, é a grave situação no Oriente Médio, em particular na Palestina ocupada pelos sionistas israelenses; no Iraque e no Afeganistão onde prosseguem as guerras de agressão dos Estados Unidos iniciadas pelo governo Bush, e até mesmo no Líbano, onde mesmo depois do cessar-fogo de agosto de 2006, Israel continua fustigando a região Sul.

O cerco a Gaza foi alvo da denúncia generalizada dos partidos presentes. O encontro está analisando a nova situação criada pela emergência do governo de direita em Israel e sua tática de intensificação da instalação de colônias em território palestino e de limpeza étnica, a fim de criar um fato consumado que inviabilize a luta pela criação do Estado nacional palestino.

O governo direitista de Israel está tentando impor negociações a partir de um novo ponto de partida, abandonando todo o marco político reconhecido por acordos anteriores e pela comunidade internacional, procurando contornar o fato de que as Nações Unidas têm resoluções adotadas sobre a criação do Estado palestino e o repatriamento dos refugiados.

A reunião internacional dos partidos comunistas está sendo uma forte demonstração da solidariedade ao povo palestino. De igual maneira, os partidos comunistas se pronunciam em solidariedade ao povo e ao governo da Síria na luta para recuperar as Colinas de Golã, e pela total retirada das tropas agressivas de ocupação do Iraque e do Afeganistão.

Entre os presentes, a delegação latino-americana é formada pelos partidos comunistas de Cuba, da Argentina, da Venezuela e do Brasil, este representado por José Reinaldo Carvalho, secretário de Relações Internacionais, que já interveio na reunião.

Na opinião do dirigente brasileiro, “a região do Oriente Médio continua vivendo uma situação tensa, perigosa e explosiva e que se deteriora cada vez mais, pois apesar de uma retórica de conciliação por parte da nova administração dos Estados Unidos, não há nenhum sinal de que será executada uma política essencialmente distinta”. Segundo o dirigente do PCdoB, para aos Estados Unidos continuam na ordem do dia planos de dominação do Oriente Médio devido aos seus interesses geopolíticos de fundo e à questão energética.

O dirigente do PCdoB condenou energicamente os sionistas israelenses: “O Estado de Israel, sobretudo depois da chegada ao poder do governo direitista de B. Netaniahu aumenta sua arrogância e intransigência. Fortemente armado e contando com o invariável apoio financeiro e militar do imperialismo norte-americano, aumenta sua política agressiva e expansionista, intensifica a instalação de colônias nos territórios palestinos, continua a construção do muro segregacionista, impõe condições inaceitáveis aos palestinos, exige o reconhecimento do Estado judaico, a primazia de sua segurança em detrimento da dos palestinos, predica abertamente seu propósito de consolidar um Estado fundamentalista, étnico e religioso, o que implica a expulsão ou o massacre e a opressão dos palestinos”.

Segundo ele, “Israel nega o reconhecimento do Estado palestino livre e independente, mantém posição inflexível sobre a repatriação dos refugiados, não respeita o direito internacional e as resoluções das Nações Unidas concernentes ao conflito árabe-israelense”. José Reinaldo disse ainda que “Israel atua como genocida na Palestina, como ficou demonstrado com os ataques à Faixa de Gaza entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009”.

Em sua intervenção José Reinaldo apresentou a posição do PCdoB sobre a questão: “pelo fim da ocupação israelense, pelo combate aos planos de domínio do imperialismo estadunidense sobre a região, pela criação do Estado Nacional Palestino livre, soberano e independente, com capital em Jerusalém Oriental e pela repatriação dos refugiados”.

Em nome dos comunistas brasileiros, o secretário de Relações Internacionais do PCdoB somou-se à exigência de retirada das tropas de ocupação do Iraque e do Afeganistão e se solidarizou com o povo e o governo da Síria na sua luta pela recuperação das Colinas de Golã, usurpadas pelos sionistas israelenses na guerra de 1967. O dirigente brasileiro denunciou os planos de intervenção militar dos Estados Unidos na América Latina, como demonstram o relançamento da Quarta Frota e a instalação de bases militares na Colômbia.

Da redação,
com informações da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB