Trabalhadores da Vale Inco fazem protesto no Canadá
Em greve desde 12 de julho, os trabalhadores da Vale Inco, subsidiária da Vale no Canadá, fizeram uma manifestação em um estádio de hóquei em Sudbury com a participação de centrais sindicais do Canadá, do Brasil, da Indonésia e da Austrália, países em que a Vale atua.
Publicado 20/09/2009 16:23
Depois de uma passeata, houve uma sessão do novo filme do cineasta Michael Moore, "Capitalismo: Uma História de Amor", que critica o modelo econômico atual. Na sexta-feira foram realizados piquetes contra a entrada de caminhões em minas da Vale Inco, de acordo com a CUT, que acompanha as manifestações.
Os trabalhadores da Vale Inco estão em greve há mais de dois meses porque a direção brasileira do grupo não quer mais cumprir cláusulas conquistadas em acordo coletivo há mais de 20 anos. No entanto, ao adquirir a empresa canadense, a Vale se comprometeu a manter os acordos.
A Vale quer romper, por exemplo, com sua contribuição ao fundo de pensão por benefício definido e não quer mais pagar o chamado bônus níquel, que os trabalhadores recebem há duas décadas e que os premia quando o minério é valorizado no mercado internacional.
Artur Henrique, presidente da CUT, alerta para aquilo que define como falta de responsabilidade social da Vale. "Essa mesma empresa defendeu redução de salários e suspensão de contratos de trabalhadores brasileiros no início da crise internacional, e ainda ameaçou com demissões em massa. Agora, no Canadá, tenta destruir um patamar de civilidade no mercado de trabalho, e enfrenta dois meses de greve e o desgaste junto à opinião pública internacional. Não adianta só fazer propaganda na TV falando em responsabilidade social", afirma.
Na página da empresa na internet, a Vale Inco afirma ter 4,5 mil trabalhadores na planta de Sudbury, cidade de 160 mil habitantes. A greve é maior que isso, pois cerca de 2 mil trabalhadores de outras empresas do setor aderiram. Ontem, por exemplo, foram realizados piquetes contra a entrada de caminhões na mina da Vale Inco.
Com informações da CUT e Ag. Estado