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 Eduardo Guimarães: A escolha das manchetes do PIG

Na imagem abaixo, duas edições de um dos tentáculos da imprensa golpista que anunciaram a entrada e a saída oficiais do país do processo recessivo na economia. Notem a diferença gritante de destaque entre a boa e a má notícia devido a escolha absolutamente inexplicável por critérios estritamente jornalísticos.

Por Eduardo Guimarães, no cidadania.com
 

 

Contudo, não é só o destaque das notícias em manchetes que trabalha no sentido de impactar mais com a má notícia para o país do que com a boa. A construção, a engenharia das manchetes também atua no mesmo sentido, pois uma manchete é clara e de fácil assimilação, ao passo que a outra requer raciocínio para ser entendida. Vejamos essas "construções".

Manchete pessimista: "Brasil está em recessão"

Manchete otimista: "Consumo das famílias e indústria em alta tiram país da recessão"

Por que não "Brasil saiu da recessão"? Por que uma notícia que interessa à vida pessoal de cada brasileiro perde em importância para uma notícia policial que diz pouco, pois relata processo em curso sem desfecho definido? Por que a imprensa dá mais destaque a más notícias do que a boas?

É claro que, em vez de meramente informar, a imprensa partidarizada trata de tentar manipular a sociedade. Para boa parte dos leitores deste blog, essa é uma informação desnecessária, bem sei. Mas garanto a vocês que há muitos leitores aqui que estão meramente tentando enxergar alguma verdade inegável em meio ao partidarismo dos dois lados.

É a esses que dirijo meu trabalho, aos que se sentem perdidos em meio à campanha de desinformação e manipulação com que o grande aparato midiático oposicionista procura esmagar o aparato insipiente de contra-informação que ainda se forma quase exclusivamente na internet, e que, à diferença do grande aparato, assume suas preferências.

Há momentos em que sinto uma grande sensação de impotência. Como alertar a sociedade se todos os grandes meios de comunicação negam mídia a quem tem a dizer o que têm pessoas como este que escreve? O que tem me sustentado é minha crença inabalável na força mística da verdade.

Já disse mil vezes aqui e volto a dizer: a verdade é uma força da natureza como o vento ou a chuva. Pode-se tentar contê-la vedando todas as saídas por onde possa escapar. Contudo, ao menor furo na "vedação" a verdade irrompe com a força das marés, com o ímpeto dos furacões.

Por que a 'marolinha' foi mesmo uma marolinha

Espanta-me o espanto de alguns com o resultado estimulante da economia já no segundo trimestre deste ano, de mais 1,9%. No fim do ano passado, já escrevia aqui que isso ocorreria exatamente como e quando ocorreu.

Em fevereiro deste ano, por exemplo, este blog já explicava por que a economia sairia do choque artificial em que foi jogada pela crise mundial, sim, mas também pela mídia nacional com seu terrorismo, que levou empresários a paralisar investimentos e a demitirem “preventivamente”.

Vejam o que eu disse:

1 – O pacote anti-crise do governo federal ultrapassou a marca dos 200 bilhões de reais, constituindo a maior intervenção oficial de estímulo econômico da história brasileira.

2 – Em 2009, o BNDES tem R$ 76 bilhões a mais para emprestar do que em 2008, quando emprestou R$ 92 bilhões, perfazendo quase 170 bilhões de reais neste ano.

3 – O governo também usou as reservas internacionais em dólar para emprestar cerca de R$ 50 bilhões a empresas com dívidas em moeda estrangeira.

4 – Desde setembro do ano passado, a liberação pelo governo do recolhimento compulsório dos depósitos à vista nos bancos foi da ordem de R$ 85 bilhões.

5 – O Banco Central também passou a emprestar a exportadores a fim de suprir a ausência dos recursos que eles obtinham no exterior para financiar suas operações.

6 – No auge da crise, o governo postergou o recolhimento dos impostos pelas empresas, de forma a aliviar seus fluxos de caixa.

7 – Os impostos sobre operações financeiras foram reduzidos de forma a baratear o crédito.

8 – Reduziu-se o IPI de carros, motocicletas, caminhões, eletrodomésticos e de material de construção.

9 – Lançou-se um programa governamental de construção ou financiamento de moradias que movimentou o mercado da construção civil.

10 – Foram abertas fartas linhas de crédito governamental para a agricultura.

11- Bancos oficiais assumiram a dianteira nas quedas dos spreads e das taxas de juro, o que já fez com que a oferta de crédito retornasse rapidamente aos níveis pré-crise.

12 – Foi feito um plano de repactuação de dívidas dos municípios com a União que lhes permitiu contrair novos empréstimos dos cofres federais.

13 – A taxa básica de juros da economia (Selic) foi reduzida ao mais baixo patamar em décadas.

Pedi reiteradas vezes aos leitores deste blog para que se lembrassem daqueles vaticínios que fazia. Enquanto isso, a mídia se opunha à maioria das medidas acima repercutindo a oposição, que pregava redução de gastos governamentais.

Imaginem vocês o que aconteceria se o Brasil tivesse cometido o erro de eleger um tucano presidente em 2006. A esta hora, estaríamos amargando o mesmo que estão aqueles que enveredaram de cabeça pelos velhos caminhos neoliberais.

Fonte: cidadania.com