Há 11 anos os EUA mantêm cinco cubanos presos injustamente
Sem terem cometido nenhum crime, nem causarem prejuízo ao povo estadunidense, há 11 anos que os cubanos Gerardo Hernández, René González, Ramón Labañino, Antonio Guerreiro e Fernando González estão presos nos Estados Unidos.
Publicado 12/09/2009 16:48
Os Cinco, como são identificados na campanha internacional a favor de sua libertação, foram detidos na madrugada de 12 de setembro de 1998 e depois condenados somente pelo fato de impedir planos criminosos de grupos terroristas que operam livremente do território estadunidense contra Cuba.
Para os cubanos, a causa de seus cinco compatriotas antiterroristas sustenta-se no direito que lhes assiste de se defender dos múltiplos ataques organizados desde o país nortenho contra seu povo.
Por meio século Washington ampara no estado da Flórida uma ampla rede terrorista para derrubar a Revolução iniciada em 1959. O governo dos Estados Unidos recruta-os, arma, treina, financia, alenta e protege.
Com vistas a organizar sua defesa, os cubanos tiveram necessidade de conhecer os planos de seus inimigos para antecipar atos terroristas e agressões que causaram a morte até hoje de aproximadamente 3500 pessoas e mais de dois mil feridos.
Entre bloqueio econômico, isolamento diplomático, sabotagens, incêndios, assassinatos, guerra química e bacteriológica e outras formas de terror, em março de 1960 agentes da CIA explodiram o navio francês "A Coubre" no porto de Havana, sabotagem que matou 101 pessoas incluindo seis marinheiros franceses.
Em 6 de outubro de 1976 os conhecidos terroristas internacionais Luis Posada Carriles, Orlando Bosch e dois mercenários venezuelanos explodiram um avião civil em pleno vôo com 57 cubanos, 11 guianeses e cinco coreanos a bordo. Em 1997 uma onda criminosa contra hotéis e outras instalações habaneras matou ao turista italiano Fabio Dei Celmo.
Contra seres humanos, plantas e animais da Ilha praticou-se o terrorismo bacteriológico, que afeta a mais de 344 mil pessoas, com saldo de 158 mortos, entre eles 101 crianças. Mais de 600 tentativas de assassinato foram preparadas contra o líder da Revolução, Fidel Castro.
Não obstante serem reconhecidos heróis por terem prevenido possíveis atentados ou sabotagens, os Cinco foram condenados a duras penas em um processo ilegítimo, carente de objetividade e garantias, celebrado em Miami, onde é impossível obter um júri imparcial para qualquer caso vinculado a Cuba.
Enquanto os grandes meios de informação norte-americanos omitem este caso, os Cinco antiterroristas cubanos cumprem longas sentenças em cárceres estadunidenses.
Hernández recebeu mais duas penas perpétuas mais 15 anos; Guerrero e Labañino penas perpétuas mais 10 e 18 anos respectivamente; enquanto Fernando González foi condenado a prisão por 19 anos e René González sentenciado a 15 anos.
Separados e colocados em cárceres de alta segurança, sofrem desumanas condições carcerárias, inclusive celas de castigo. A dois deles foi negado o visto a suas esposas, em violações de leis norte-americanas e normas internacionais.
Sobre os Cinco foi vertido todo o ódio irracional da contrar-revolucionário de Miami e do governo dos Estados Unidos contra Cuba.
Permanecem presos apesar de que em 9 de agosto de 2005 a Corte de Apelações do Décimo Primeiro Circuito de Atlanta ter revogado por unanimidade as condenações e declarado ilegal e arbitrário o processo.
Os juízes explicaram que o preconceito existente em Miami, lugar onde são planejadas inumeráveis ações terroristas contra Cuba por grupos contra-revolucionários, impediu a realização de um julgamento justo.
Estabeleceram que um dos problemas dessa sede é a existência de agrupamentos terroristas, e os mencionaram por seu nome: Alfa 66, Comandos F-4, Fundação Nacional Cubano Americana e Irmãos ao Resgate, entre outros.
Uma declaração do Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias da Comissão de Direitos Humanos da ONU, que constatou as violações durante a detenção e encarceramento dos Cinco, exigiu a libertação imediata em maio de 2005.
A equipe da ONU sentenciou que o julgamento não teve a objetividade e imparcialidade que normatizam as próprias leis norte-americanas e as convenções internacionais.
Os Cinco foram confinados em uma solitária durante 17 meses, privados de comunicação com seus advogados e reduzidas as possibilidades de sua defesa.
No entanto, em uma decisão considerada por especialistas em jurisprudência como infame e insólita, a Corte de Atlanta reconsiderou a sentença emitida em 2005, justo há um ano de sua decisão unânime de anular o julgamento e revogar as condenações.
E apesar do reclame de mais de 300 comitês de solidariedade em todo mundo pela liberdade dos Cinco antiterroristas cubanos presos injustamente nos Estados Unidos, o caso continua como um assunto de corte político para as sucessivas administrações desse país, incluindo a atual.
Fonte: Prensa Latina