Vereador protesta contra privatização da saúde
Jamil Murad protesta na Câmara contra privatização da saúde em São Paulo. “É um absurdo. É o fim da picada!”. Reagiu com indignação o vereador Jamil Murad ao comentar nesta quinta-feira, dia 3 de setembro, no plenário da Câmara dos Vereadores, a aprovação na Assembléia Legislativa de São Paulo do Projeto de Lei que permite que todos os hospitais estaduais sejam terceirizados
Publicado 04/09/2009 14:11 | Editado 04/03/2020 17:18
“É um absurdo. É o fim da picada!”. Reagiu com indignação o vereador Jamil Murad ao comentar nesta quinta-feira, dia 3 de setembro, no plenário da Câmara dos Vereadores, a aprovação na Assembléia Legislativa de São Paulo do Projeto de Lei que permite que todos os hospitais estaduais sejam terceirizados e, apesar de públicos, atendam a pacientes particulares e de planos de saúde, mediante cobrança. De autoria do governador José Serra, a aprovação do PL é dada como certa.
No Plenário Jamil afirmou não querer fazer embate político e citou as declarações do Ministério Público Estadual que diz que o PL aprovado fere os princípios de igualdade universalidade do Sistema Único de Saúde (SUS). “Não posso deixar de mostrar a minha indignação quando vemos que aquela estrutura de atendimento público construída com dinheiro de todos vai privilegiar quem já é privilegiado”, ressaltou Jamil.
O vereador comentou que em 1995, cumprindo o mandato de deputado estadual, publicou um livreto chamado A privatização da Dor em que abordava a tendência de reserva de leitos públicos para quem tinha plano de saúde. “À época o governador Mário Covas estendeu essa prática apenas para hospitais novos e 100% do atendimento dos hospitais públicos eram destinados aos SUS. Agora o governador José Serra dá um duro golpe no sistema público de saúde dando 25% do atendimentos nos hospitais públicos para pacientes particulares e de planos de saúde”, explicou Jamil.
Para ele a situação é dramática porque o SUS não consegue atender a demanda no contexto atual e questiona como ficará essa situação com uma estrutura reduzida para atender o cidadão sem plano de saúde. “O Sistema público de saúde precisa ser defendido pelo direito à vida. Não podemos concordar com tratamento diferenciado ditado pelo poder econômico”, disparou.