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Colômbia quer que cúpula da Unasul seja transmitida ao vivo

O governo colombiano sugeriu, nesta qurta-feira (26),  que as sessões plenárias da cúpula da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) que ocorre nesta sexta-feira sejam transmitidas ao vivo pela televisão. "É muito importante que haja uma discussão aberta, completa e clara, sobre todos os temas, sem qualquer objeção", argumentou o chanceler do país, Jaime Bermúdez. 

O encontro, que será em Bariloche, no sudoeste da Argentina, terá como tema principal de debates o acordo militar que a Colômbia negocia com os Estados Unidos para ceder sete bases em seu território por um período de dez anos.

"Parece-nos que também é muito importante que a discussão seja aberta a todos os meios de comunicação, já que até agora houve um debate público, em que alguns presidentes já manifestaram suas preocupações", complementou.

Nos últimos dias, o governo colombiano reiterou que deseja analisar uma série de assuntos relacionados à segurança da América do Sul durante a cúpula, para que a agenda do evento não fique restrita ao convênio entre Bogotá e Washington.

Para Bermúdez, é "importante que a opinião pública internacional conheça, em tempo real, as posições de todos os presidentes sobre estes temas". O chanceler indicou que o presidente colombiano, Álvaro Uribe, irá ao encontro de chefes de Estado "disposto a discutir todos os temas que possam ser motivo de preocupação para a região".

"Já dissemos que é importante discutir a compra de armas junto a terceiros países, a corrida armamentista que possa existir na região e a presença de grupos terroristas", considerou.
Os governos de Brasil, Argentina, Venezuela, Equador e Bolívia dizem estar atentos quanto aos objetivos do convênio entre Colômbia e Estados Unidos.

Embora Uribe assegure que os oficiais norte-americanos atuarão apenas em seu país, com a missão de combater o narcotráfico e as guerrilhas, há a preocupação de que os territórios de países vizinhos sejam violados.

Como contrapartida aos questionamentos, Bogotá adiantou que poderá pedir, na cúpula, detalhes sobre os acordos de cooperação militar firmados entre Brasil e França e Venezuela e Irã.

Briga de embaixadores

Também ontem, o uso pelos EUA de bases militares em território colombiano motivou troca de acusações entre os embaixadores de Colômbia e Venezuela no Conselho Permanente da OEA (Organização dos Estados Americanos), em Washington.

O embaixador colombiano na OEA, Luis Alfonso Hoyos, fez acusação formal contra a Venezuela e protestou "contra o projeto intervencionista" do presidente Hugo Chávez – mais forte crítico das bases – nos assuntos da Colômbia. "(Isso) viola princípios consagrados nas cartas da ONU e da OEA", disse Hoyos, agregando que Chávez semearia o "ódio no continente".

Em resposta, o embaixador da Venezuela na OEA, Roy Chaderton fez declarações irônicas em referência à Colômbia: "Há países que, por infortúnio, parecem viciados em guerra", afirmou Chaderton. "Eles são incapazes de resolver seus problemas sociais e só sabem desenvolver políticas de guerra."

Em meio à troca de acusações, o porta-voz da Presidência da República, Marcelo Baumbach, informou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva espera que os líderes da Unasul adotem, na reunião de sexta-feira, um tom "moderado" em relação à polêmica desatada pelo anúncio do acordo militar entre Bogotá e Washington.

Com agências