Lula: sucessor terá 'vida curta' no governo se fizer menos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar nesta sexta-feira seus antecessores que, segundo ele, não investiram em políticas de educação ou programas sociais e de bem-estar. E mandou um recado ao seu potencial sucessor: "(Meu sucessor) Terá que olhar e contar até dez porque tem que fazer mais. Se fizer menos, vai ter uma vida muito curta no governo".
Publicado 10/08/2009 12:45
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a atacar nesta sexta-feira seus antecessores que, segundo ele, não investiram em políticas de educação ou programas sociais e de bem-estar. E mandou um recado ao seu potencial sucessor: "(Meu sucessor) Terá que olhar e contar até dez porque tem que fazer mais. Se fizer menos, vai ter uma vida muito curta no governo".
De acordo com o presidente, que participou do encerramento do Simpósio Internacional sobre Desenvolvimento Social, sua gestão atualmente investe "uma fortuna" para retirar o atraso de políticas de outros governantes feitas com base na "irresponsabilidade". Ao comentar as perspectivas para o fim de seu mandato, em dezembro de 2010, afirmou que pretende registrar cada conquista feita nos últimos oito anos.
"Quando chegar o dia 31 de dezembro de 2010, cada ministro já está avisado que quero registrado em cartório tudo que fizeram no período do meu governo, cada centavo aplicado, cada coisa feita no governo. A fotografia será registrada em cartório porque quero entregar para o próximo governo, para as universidades, os movimentos sociais, as instituições nacionais, como OAB, CNBB, centrais sindicais, as instituições multilaterais, OIT, UNESCO e Nações Unidas, porque uma coisa que acho que é importante deixar como legado é um novo paradigma", destacou.
"Grande parte do que estamos fazendo aqui não é resultante da nossa cabeça. é resultante da nossa história, da convivência com os movimentos sociais brasileiros, das greves, passeatas, quantidades enormes de seminários ao longo de dez, 20 anos. A agora decidimos consagrar todas essas políticas em uma lei para que não possa nenhum engraçadinho tentar destruir isso", salientou o presidente.
"Temos muita coisa que vai começar a produzir grandes efeitos na sociedade agora. Veja no caso das favelas. Se (os investimentos em moradia) tivessem sido feitos há 20 anos, (não haveria tantas favelas). Hoje estamos investindo uma fortuna para fazer uma reparação na irresponsabilidade dos governantes que governaram esse País há 40 anos. Favela era bonito, era poético. Quantas músicas fizeram sucesso com isso? Hoje são mais de 2 milhões de paulistas que moram em favelas em situações mais degradantes, e não poético, e sim violento", criticou Lula. "Quantas periferias foram criadas pela incompetência dos governantes, por incompetência da política econômica?", questionou.
"Não estamos fazendo muito, mas nunca antes na história desse País alguém investiu tanto em saneamento básico, por exemplo. Duvido que qualquer prefeito do PFL (atual DEM), do PSDB ou do PPS teve do governo federal 10% do tratamento que damos a eles. Temos uma relação e isso resulta em políticas sociais. Não adianta a União estar forte se os Estados e municípios não conseguirem fazer nada", destacou.
Ao comentar a evolução das políticas sociais no Brasil, mais uma vez Lula recordou as críticas que sofreu o programa Bolsa Família, que concede benefícios em dinheiro a famílias carentes. "Tivemos uma briga de meses quando resolvemos criar o Bolsa Família. Houve muitas polêmicas, gente nossa machucada. Vencemos a primeira barreira fazendo que prefeituras e Estados, sem perguntar a que partido pertenciam, se transformassem em parceiros. É por isso que temos tido um sucesso nas políticas públicas", observou o presidente.
"Quantas vezes nossas políticas públicas foram negadas, de forma às vezes mentirosa. No final do primeiro mandato, descobriram a grande obra: o Bolsa Família era para ajudar o Lula no segundo mandato. Só quando descobriram que tinha dado certo é que enveredaram para o viés político", ironizou Lula.
Fonte: Terra