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Chávez denuncia incursão militar da Colômbia na Venezuela

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, denunciou, no domingo (9), a incursão de militares colombianos em território venezuelano e qualificou o fato como outra "provocação" do governo do presidente Álvaro Uribe, que nega o fato. Por sua vez, a Colômbia anunciou que onze militares equatorianos, entre eles um oficial e um suboficial, foram capturados por tropas do Exército em solo colombiano. Segundo o governo de Rafael Correa, eles já foram enviados de volta ao Equador.

A escalada da tensão entre os três países aconteceu às vésperas do início da Cúpula da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), que está sendo realizado hoje (10), em Quito, Equador. Álvaro Uribe avisou que não estará presente.

Desde o anúncio do governo Uribe, de que autorizaria a instalação de sete bases norte-americanas em território colombiano, um mal-estar se instalou na região e provocou diversas críticas – principalmente de Equador e Venezuela. Outra fonte de discórdia é a acusação de Bogotá de que o governo Chávez teria cedido armas às Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), negado por Caracas.

Os militares colombianos entraram na Venezuela através do Rio Orinoco, mas saíram de maneira rápida já que não foram interceptados por soldados venezuelanos enviados ao local, disse Chávez durante seu programa dominical de rádio e televisão "Alô Presidente".

"Temos testemunhas, lá em um campo na fronteira do rio Orinoco, estão lançando provocações, porque não se trata de uma patrulha de soldados, que vieram por equívoco como às vezes ocorre, estes soldados até cruzaram o rio em uma lancha e incursionaram em território venezuelano", explicou.

Chávez acrescentou que "esse episódio constituiu outra das tantas provocações de Bogotá no marco das agressões que lança contra a Venezuela em um plano supostamente dirigido pelos Estados Unidos".

Nesse contexto, o presidente venezuelano afirmou que pediria em Quito a seus colegas reunidos na Cúpula da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) para "levantar sua voz" contra a "ameaça" que, segundo sua opinião, constituem para a região os acordos militares negociados entre Estados Unidos e Colômbia.

"Esses acordos são uma ameaça para a Venezuela, porque incluem a instalação de bases militares ianques em território colombiano, o que facilitaria os supostos planos que os Estados Unidos têm de invadir o país para se apoderar de sua riqueza petrolífera", sustentou.

O governo da Colômbia negou hoje (10) que militares de seu país tenham feito uma incursão em território venezuelano. "O Ministério da Defesa Nacional se comunicou com o comandante da Brigada 28 do Exército Nacional (…) quem confirmou que a dita informação não era certa", informou um comunicado das autoridades diplomáticas colombianas.

Petróleo

O presidente ordenou, segundo o jornal El Universal, a suspensão de um convênio para a provisão de combustível subsidiado à Colômbia e reiterou que substituirá as importações colombianas por outras da Argentina e Brasil. Algumas regiões colombianas recebem o combustível a preços mais baixos.

"Que se acabe já com o subsídio à Colômbia, que o comprem, que o comprem ao preço real. Como continuaremos a favorecer o governo de (Álvaro) Uribe dessa maneira?", disse Chávez.

Entre 50 mil e 120 mil barris de gasolina saem mensalmente da Venezuela com destino ao país vizinho. Por isso, o anúncio deve provocar impactos sérios na economia dos colombianos que vivem na fronteira – os maiores beneficiados pelo subsídio, segundo a BBC Mundo. De acordo com o site, a gasolina vendida nessa região chega a ter um preço 70% menor do que o oficial.

"Eu amo a Colômbia, mas os colombianos devem dizer ao seu governo que respeite a Venezuela e seu povo", concluiu Chávez.

Com Opera Mundi