Governo da Venezuela ocupa processadoras de café
As autoridades da Venezuela assumiram, nesta segunda-feira (03), o controle temporário de duas das maiores processadoras de café do país, a Fama de América e a Café Madrid. O governo afirmou que a ação visa a garantir o abastecimento do produto em todo o território nacional. E comunicou que será feita uma ''auditoria profunda'' nas empresas, a fim de constatar se há irregularidades, como a extração ou comercialização ilegal do café.
Publicado 04/08/2009 12:43
A ocupação deverá durar três meses. A suspeita do governo é de que as empresas estavam contrabandeando o café para fora do país, onde poderiam conseguir preços melhores.
''Vamos fazer as investigações, porque verificamos indícios de que há extração de café para a Colômbia, um contrabando que nos afeta. Faremos as averiguações, assegurando o trabalho e as condições adequadas para os trabalhadores, além do abastecimento para a população'', disse o ministro da Alimentação, Félix Osorio.
Ele destacou que as duas empresas controlam 80% do mercado e seus representantes haviam proclamado uma paralização de suas plantas, por suposta falta de matéria prima. ''De acordo com a informação que colhemos em reuniões com os produtores, deveria haver café suficiente para seu processamento, então não entendemos a situação'', colocou.
A Fama de América e a Café Madrid terão que justificar por que não possuem matéria prima. O governo anunciou que, se ficar comprovada alguma anormalidade que atente contra o direito de alimentação dos venezuelanos, o Estado poderá exropriar as empresas.
''Se, no final da auditoria, observarmos que houve o contrabando, compra e estocagem de mercadoria em alta demanda, práticas desleais e de monopólio, poderemos considerar a nacionalização das companhias'', afirmou o ministro da Agricultura e Terras, Elías Jaua.
Neste ano, o presidente Hugo Chávez já ordenou a desapropriação de um moinho de arroz de propriedade de uma subsidiária da gigante alimentícia americana Cargill, acusando a companhia de não distribuir o arroz com os preços estabelecidos pelo governo.
Com agências