EUA investirão quase US$ 1 bilhão para militarizar AL
Em meio a uma crise financeira mundial, o Congresso Nacional dos Estados Unidos aprovou diversos orçamentos, tanto para o Departamento de Estado como para o da Defesa, para financiar operações e atividades de tipo militar na América Latina durante o ano de 2009, cujo montante total alcança US$ 1 bilhão, uma cifra recorde, com a qual os EUA procurar recuperar a liderança e o domínio, hoje perdidos, que uma vez tiveram sobre a região latino-americana.
Publicado 31/07/2009 20:59
Os orçamentos aprovados pelo Congresso americano para o ano de 2010 aos diferentes departamentos governamentais, são apresentados a princípio em 2009, se aprovam meses depois e podem começar a ser utilizados a partir de outubro deste ano.
Nesse sentido, a advogada e pesquisadora americana Eva Golinger informou que o orçamento do Departamento de Defesa está acima dos US$ 600 bilhões de dólares, mais que o solicitado em 2008 pela administração Bush.
"São, especificamente, US$ 533,8 bilhões para planos gerais e outros US$ 85 bilhões para financiar as guerras no Oriente Médio, Iraque e Afeganistão, especialmente", indicou.
Enquanto que, para o financiamento do Comando Sul – que abrange a América Latina e o Caribe – Washington elevou o orçamento em 2%, comparado ao de 2008, chegando à cifra de US$ 200 milhões.
Essa quantia servirá para dar apoio logístico, técnico e humano e também manutenção das instalações militares dos EUA situadas fora de suas fronteiras, mas dentro da região sul do continente americano.
Da mesma forma, Golinger informou que foram aprovados mais US$ 46 milhões adicionais para 'melhorar' as instalações da base de Palanquero, na Colômbia.
"Este último orçamento reflete que, desde princípios do ano, os EUA estavam prevendo fechar algum acordo militar com a Colômbia, para utilizar algumas de suas bases", especificou a pesquisadora.
Por sua vez, o vice-presidente de Comissões do Grupo Venezuelano do Parlamento Latino-Americano (Parlatino), o deputado Carolus Wimmer, do PC da Venezuela, agregou que tal montante não inclui o investimento que realizarão para financiar o Plano Colômbia e sua suposta luta "antiterrorista" no continente.
"O Congresso aprovou ao Departamento de Estado uns US$ 520 milhões para financiamento do Plano Colômbia, além de outros US$ 200 milhões que outorgarão ao Departamento de Defesa para o mesmo objetivo militar", denunciuo o parlamentar.
Do mesmo modo, Wimmer disse que, atualmente, a administração Obama solicitou ao mesmo Congresso um orçamento adicional de US$ 200 milhões, para fortalecer sua "guerra contra o terrorismo e o narcotráfico" na América Latina, porém o investimento ainda não foi aprovado.
Em resumo, US$ 200 milhões destinados ao Comando Sul, outros 46 para a base de Palanquero e os 620 para o Plano Colômbia resultam em US$ 860 milhões aprovados para uma escalada militarista na América Latina em 2010, aos quais poderão se somar os US$ 200 milhões adicionais que esperam a autorização do Congresso.
Diante dessa situação, Eva Golinger afirmou que se trata de uma escalada agressiva e ofensiva militar que Washington prepara sobre a região, com o único propósito de recuperar o domínio perdido sobre os países latino-americanos, durante os períodos de Bill Clinton e George W. Bush.
No entanto, Wimmer asseverou que a administração Obama procurará recuperar o que considera ser o seu "quintal" e, ao mesmo tempo, deter e neutralizar a cada vez maior onda progressista que caracterizou a região durante a última década.