Chávez critica tentativa dos EUA de dialogar com golpistas
O presidente venezuelano, Hugo Chávez, considerou, nesta sexta-feira, um "grave erro" a iniciativa da Secretaria de Estado norte-americana de propor um diálogo na Costa Rica entre o presdidente legítimo e constitucional hondurenho, Manuel Zelaya, e o "usurpador" do Executivo, Roberto Micheletti. Ele afirmou que tal tentativa de negociação já estava "morta antes mesmo de acontecer".
Publicado 10/07/2009 17:18
O presidente qualificou de "indigna" a tentativa de promover um diálogo com aqueles que depuseram um governo constitucional para tomar o poder em Honduras. "Creio que isso está morto. Um diálogo com os golpistas hondurenhos não é possível", disse Chávez em coletiva de imprensa com correspondentes estrangeiros.
Segundo ele, ao fazer essa proposta, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, deu um passo atrás. "Estamos enfrentando este gravíssimo erro com boa fé, diante do que se transformou em uma armadilha para a democracia", colocou Chavez.
Ele qualificou Micheletti como "um usurpador" que deveria ter sido preso ontem na Costa Rica. E disse conhecer suficientemente as Forças Armadas de Honduras para afirmar que não vão permanecer fiéis ao regime por muito tempo.
O chefe de Estado venezuelano acrescentou que não tem certeza "se ela (Hillary) consultou Obama" sobre esse diálogo, que avaliou como "já abortado e sepultado", embora ainda fique "alguma chama acesa".
Depois de exigir de Washington que, além de retificar tal equívoco, "faça algo mais", como retirar vistos, congelar propriedades e contas bancárias americanas dos golpistas, Chávez denunciou planos de golpes de Estado similares na Guatemala, Nicarágua e El Salvador.
Chávez também lamentou que o presidente da Costa Rica, Oscar Arias, tenha se envolvido na tentativa de diálogo: "Com todo o respeito ao presidente Oscar Arias, foi horrível ver um presidente legítimo recebendo um usurpador".
O presidente venezuelano afirmou que o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, voltará a seu país por qualquer via e será "o povo" quem decidirá o futuro de Honduras. "Zelaya vai entrar, está resolvido a entrar, não sei por onde, se por água, por ar, mas Zelaya vai entrar em Honduras", disse ele.
Da redação,
com agências