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Seminário do Coletivo Indígena do PCdoB reúne mais de 270

O Coletivo Indígena do PCdoB AM realizou no dia 21.04.09, no auditório da Vila Olímpica, um seminário como parte das comemorações da Semana do Índio e contou com a presença da deputada federal Vanessa Grazziotin, do deputado estadual Eron Bezerra, titular da Secretaria de Estado da Produção Rural (Sepror), de líderes indígenas como Orlandino Baré que coordenou os trabalhos.

Índias Mais de 270 indígenas, de 20 etnias e 7 organizações indígenas se fizeram presentes e debateram acaloradamente questões de organização e as questões que surgiram como a Agrovila Indígena a ser construida pela Sepror e a criação da Secretaria de Estado dos Povos Indígenas (Seind).

O titular da Sepror deputado Eron Bezerra falou ''da necessidade de políticas públicas e do ideal de uma sociedade que assegure o direito à terra, à saúde, à educação, à habitação, e principalmente, a preservação da cultura através da integração de todos os povos indígenas, esta sociedade só pode ser uma sociedade socialista''. E acrescentou o deputado que ''é através de projetos de leis, de inticativos ao poder executivo e de emendas que beneficiem e valorizem todas as etnias indígenas que os parlamentares do PCdoB lutam em busca desse ideal'',

Ao abordar a crise capitalista, Eron afirmou que a solução dos graves problemas sociais só será encontrada com ''a criação de uma sociedade socialista onde a produção se dará por cooperação e não por exploração da força de trabalho, como acontece no capitalismo, de pessoas simples que constituem a grande maioria da sociedade em oposição à minoria que detem o capital''.

A deputada federal Vanessa Grazziotin ao fazer sua intervenção abordando o movimento indígena a partir da condição da mulher, tanto na sociedade indígena quanto na sociedade não indígena, observa que há no seminário mais mulheres do que homens, enquanto no Congresso Nacional não há se quer 10% de mulheres. Lembrou a deputada que o movimento ingígena se organizou a partir do movimento das mulheres indias do alto Rio Negro que criaram a Assossicação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro(Amarn), em 1986, ''para lutar contra a exploração dessas mulheres trazidas de suas aldeias para servirem de domésticas em Manaus''.

Ao lembrar que o movimento indígena nasceu ao mesmo tempo que o PCdoB conquistou a legalidade, sendo este partido parte do protagonismo daquele movimento com a criação, em 1987, da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro(Foirn) e, em 1989, com a criação da Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) com objetivo de lutar por políticas públicas para os indios e, também, propor políticas por demarcação de terras e autonomia, Vanessa afirma que ''a vida é uma luta permanente pela sobrevivência, o Brasil é um país miscigenado e que é preciso que os indígenas possam ter representantes políticos em todas as esferas de poder''.

O indígena Orlandino Baré abordou a questão do projeto da Agrovila Indígena, que deverá envolver a Superintendencia da Zona Franca de Manaus(Suframa) com a doação de uma área de terra para a execução do referido projeto da Secretaria de Estado da Produção Rural que construirá 150 casas para famílias indígenas que serão treinadas e terão incentivos para desenvolverem atividades agrícolas nas proximidades de Manaus, resolvendo parte dos problemas de desemprego e abandono de muitos indígenas que moram na periferia da cidade.

De Manaus,
Nonato Pereira

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