Lula possui irmão falecido em Porto Velho que ele não conheceu
Cícero Inácio da Silva, o ''Pernambuco'', que em 2 de junho completaria 65 anos, seria o sétimo irmão do presidente Lula, segundo relatos de familiares do falecido que hoje residem em Vilhena-RO
Publicado 11/03/2009 22:54 | Editado 04/03/2020 17:12
A viagem do presidente Luís Inácio Lula da Silva a Porto Velho nesta quinta-feira (12.03) poderá colocá-lo frente a frente a uma realidade que ele ainda não conhece: o túmulo de um irmão falecido que ele não conheceu e que está enterrado no cemitério de Santo Antônio, bem próximo a usina hidrelétrica de mesmo nome que ele irá visitar durante sua primeira visita oficial a Rondônia.
Cícero Inácio da Silva, o “Pernambuco”, que em 2 de junho completaria 65 anos, seria o sétimo irmão do presidente Lula, segundo relatos de familiares do falecido que hoje residem em Vilhena. A história do irmão desconhecido do presidente Lula começa a ser levantada a partir dos próprios documentos pessoais de Cícero, que morreu em 2000, vítima de atropelamento, em Porto Velho, próximo ao igarapé do Bate-Estacas.
Os documentos pessoais encontrados pelos amigos no barraco onde Cícero morava, logo após seu falecimento, possui coincidências que reforçam a tese do ‘elo perdido’ da família Inácio da Silva. A cédula de identidade de Cícero foi tirada em Recife (PE), mesmo estado onde nasceu o presidente. No documento consta que Cícero Inácio é natural de Garanhuns, mesma cidade onde nasceu o Presidente.
De quebra, a coincidência maior: o nome da mãe de Cícero, dona Maria Inácia da Silva, é o mesmo da genitora do presidente da República Luís Inácio Lula da Silva. A viúva de Cícero, dona Marinete Maria Silva, reside em Vilhena, e possui cinco filhos do falecido, identificados como Emerson, Naiara, Joseildo, Maria e Tânia, essa última militante do PC do B naquele município.
A história está sendo levantada gradualmente, passo-a-passo, pelo professor de História e militante político Francisco Batista ‘Pantera’, que conheceu pessoalmente “Pernambuco”, quando este resolveu abandonar a família há quase 10 anos e morar em Porto Velho. Segundo Pantera, Pernambuco falava sobre seu parentesco com Luís Inácio, até porque ninguém acreditava que isso era possível.
“Naquela época, Lula ainda era candidato a presidente. Pernambuco confidenciou algumas vezes a alguns amigos que nunca conhecera o irmão porque foi criado por outra família em Guaranhuns”, lembra Pantera. De acordo com Pantera, o biotipo de Cícero com Lula eram muitos, como altura, cor da pele, inclusive a voz. “Aquele sotaque carregado de Nordestino era marcante, bem parecido com o de Lula”.
Cícero, segundo Pantera, ganhava a vida simples que levava trabalhando de mecânico e funileiro. Aos finais de semana sempre estava com amigos tocando violão e residia num barraco localizado na Vila Candelária, um dos bairros mais antigos da cidade, formado a partir da construção da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. “Era uma pessoa trabalhadora, humilde e sempre prestativa aos poucos amigos que tinha”, disse.
Pantera começou a fazer os levantamentos e planeja escrever um livro sobre o assunto. Nos levantamentos preliminares que fez, Pantera disse que Cicero saiu de Garanhuns no início da década de 70 para ir a São Paulo, passando pelo Paraná, até chegar em Vilhena, no interior de Rondônia, em 1982, pouco tempo depois da transformação de território para Estado, no Governo Jorge Teixeira.
Pantera frisou, no entanto, que os motivos que o levaram a dar publicidade o caso não é político, mas somente chegar à verdade, se possível aproximar o presidente da família de seu irmão falecido. “Como professor de História e militante político achei a oportunidade ímpar. Se é verdade a história não posso afirmar, mas farei de tudo para descobrir até onde tudo isso é verdade”, declarou.
Ao final, Pantera arriscou: “Lula está em seu quinto ano na Presidência e nunca veio a Porto Velho. Não duvidaria que essa visita a Rondônia teria um interesse particular. A história de seu irmão já era sabida nos bastidores da política há algum tempo. Várias vezes conversei sobre o assunto com pessoas do PT, mas nunca a história foi adiante. Quem sabe agora a coisa não tenha chegado aos ouvidos dele”, completou.
Fonte: www.oobservador.com