Chrysler fecha fábricas por um mês e só paga parte do salário
A montadora Chrysler, tercewira maior automobilística dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (17) que vai interromper a produção em todas as suas 30 fábricas por um mês, entre a próxima sexta-feira e o dia 19 de janeiro. A empresa, junto com a Ge
Publicado 18/12/2008 00:20
“Os empregados não irão voltar ao trabalho antes do dia 19 de janeiro”, afirmou a empresa, fundada em 1925 e dona de 25 unidades industriais nos EUA que empregam 46 mil trabalhadores. A direção da Crysler também deixou aberta a possibilidade de que as operações não voltem à normalidade depois de um mês. Algumas das unidades ficarão fechadas por muitas semanas a mais.
Sem dinheiro em 1º de janeiro
“Como resultado da crise financeira, o mercado automotivo continua comprimido por causa da escassez de crédito para potenciais compradores”, disse a empresa em comunicado dirigido aos seus trabalhadores e ao sindicato da indústria automobilística, o UAW (Union Auto Workers).
A direção da multinacional atribuiu a medida “à persistente falta de crédito para os compradores de automóveis e ao dramático impacto nas vendas globais do setor nos Estados Unidos''. A decisão, segundo a Chrysler, tem como objetivo alinhar o estoque à “profunda queda” na demanda por automóveis, da ordem de 20% a 25%, atribuida sobretudo às restrições no crédito.
A montadora informou ainda que está se aproximando do nível mínimo de dinheiro que precisa para manter suas operações e poderá enfrentar problemas para honrar pagamentos já a partir do dia 1º de janeiro, ou seja, em menos de duas semanas. Pelos seus cálculos, ela precisa de US$ 4 bilhões para poder sobreviver durante o primeiro trimestre do ano.
Uma ajuda de US$ 14 bilhões aos três gigantes da indústria automobilística americana (General Motors, Ford e Chrysler) foi aprovada pela Câmara dos Representantes no início deste mês, mas na semana passada o Senado não chegou a um consenso para votar a medida, devido à oposição dos republicanos. A Casa Branca estuda agora outras maneiras de ajudar o setor, mas afirmou na terça-feira que as empresas – e também os trabalhadores – teriam que fazer “concessões”.
O colapso dos gigantes
Das “Três Grandes”, como são chamadas, a Ford é considerada a que está em melhores condições. No entanto, também ela anunciaou nesta quarta-feira que irá estender por uma samana suplementar o tradicional recesso de duas semanas para os feriados de final de ano, em dez de suas fábricas na América do Norte. Apenas duas unidades não terão as “férias suplementares”
Na semana passada, a General Motors anunciou um corte de 30% em sua produção na América do Norte. Isto implicará em produzir 250 mil veículos a menos que o previsto durante o primeiro trimestre de 2009, devido à queda das vendas. A GM, maior fabricante de automóveis do país e do mundo, precisa de US$ 4 bilhões ainda este mês e de outros US$ 14 bilhões para seguir operando em 2009.
No seu conjunto, as vendas da indústria automobilística americana estão no seu nível mais baixo em 26 anos, uma queda de 37% em novembro, face aos números de 12 meses atrás. No caso da Chrysler, porém, o recuo chegou a 47%. Em novembro a empresa já cortou 5 mil postos de trabalho e até o fim deste mês deve suprimir outros 1.800.
Da redação, com agências