Sob pressão européia, Bush anuncia reuniões sobre crise

Líderes europeus pressionaram o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, para que ele apóie uma reunião global com objetivo de reformar o sistema financeiro mundial. Reunidos neste sábado (18), em Camp David, o presidente francês, Nicolas Sarko

A realização de uma série de reuniões sobre a crise financeira foi informada em um comunicado conjunto das três autoridades. A primeira reunião de cúpula de chefes de Estado e de Governo acontecerá nos Estados Unidos logo depois das eleições presidenciais de 4 de novembro, indica o comunicado, emitido após o  encontro.


 


“Os líderes mundiais revisarão os progressos que estão sendo obtidos para conduzir a atual crise e conseguir acordos quanto aos princípios de uma reforma necessária para evitar uma reedição (da crise) e garantir a a prosperidade global no futuro”, assinala a nota.


 


Segundo a Casa Branca, a primeira reunião da série de encontros acertada pode acontecer ainda em novembro. “Acho que é uma expectativa razonável que aconteça em novembro”, afirmou o porta-voz da Casa Branca, Tony Fratto, em coletiva de imprensa.


 


Antes da reunião, o presidente americano disse que “é essencial que preservemos os fundamentos do capitalismo democrático”, que evocou o “liberalismo, a liberdade da empreender e da livre troca”. Por outro lado, Bush alertou para os males de uma “tentação perigosa do isolacionismo” e lembrou a necessidade de se “acolher boas idéias de todo o mundo” para que este encontro tenha sucesso.


 


Polêmica


 


O presidente norte-americano concordou com uma reunião do G-8, grupo dos sete países mais industrializados do mundo mais a Rússia, e algumas economias emergentes, como China e Índia. No entanto, os EUA não apóiam as reformulações mais ambiciosas e amplas que alguns líderes europeus, como Sarkozy, têm em mente para o sistema financeiro mundial.


 


Ontem, Sarkozy havia repetido seu pedido por reparações no sistema financeiro mundial, de modo que ele possa ser mais bem supervisionado após a crise. Os líderes europeus têm defendido uma reunião das maiores economias do mundo, incluindo China, Rússia e Índia, antes do fim deste ano, possivelmente em New York – parecida com a reunião de Bretton Woods, realizada em 1944, que estabeleceu regras para as relações comerciais e financeiras internacionais.


 


Entre outras questões que os europeus discutiram, estão a supervisão e a regulamentação dos mercados, reduções do sigilo bancário, sistemas de alerta para detectar crises iminentes e um sistema para dar respostas rápidas e coordenadas a uma crise.