CE e RN produzirão mais energia eólica
BNB pretende investir na produção de energia eólica principalmente nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte. O volume de recursos, entretanto, só será revelado no início do ano que vem
Publicado 13/10/2008 09:33 | Editado 04/03/2020 16:36
A produção de energia eólica, principalmente nos estados do Ceará e do Rio Grande do Norte, receberá o incentivo financeiro do Banco do Nordeste (BNB). Por enquanto a instituição evita falar em valores de investimento por causa da crise financeira mundial mas já revela que o destino dos recursos será a produção offshore (no mar) realizada, de preferência, por empresas nacionais.
“A energia eólica será um dos filões em termos de investimento porque vamos necessitar de energia dentro de alguns anos, existe o potencial e tecnologia. Agora, fica difícil falar em investimento por causa dessa crise, mas passado esse primeiro momento, nos próximos 30, 45 dias, poderemos ter a real dimensão do que está acontecendo. O mercado está todo parado aguardando a decisão do Congresso americano”, afirma o superintendente do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), José Sydrião Alencar. Por isso, maiores detalhes deverão ser revelados somente no início de 2009, garante.
Quanto aos locais para onde os recursos serão destinados para a produção de energia eólica, ele destaca o Ceará e o Rio Grande do Norte, mais especificamente o mar desses dois estados. “É uma questão científica: o Ceará e Rio Grande do Norte são os locais mais propícios para ter energia eólica offshore. Digo offshore porque no mar a condição física é melhor, os ventos são mais constantes do que em terra e, do ponto de vista tecnológico, as indicações são positivas, o fato de ser no mar não é um grande problema”, detalha Alencar. Atualmente, o Ceará possui parques eólicos somente em terra, nos litorais leste e o oeste do Estado.
Apesar de todo o potencial e da proximidade que os dois estados têm no que diz respeito à proximidade com grandes linhas de transmissão, o superintendente do Etene diz que também existem entraves, “problemas normais porque se trata de uma tecnologia nova”. O primeiro deles, segundo ele, é a ausência de marco regulatório, “que ainda está em processo de construção”, a necessidade de transferir tecnologia para produtores nacionais já que o nível de nacionalização na produção de energia eólica é baixa, e os custos para a produção. “É normal que tenha um custo mais alto e no início vai ter que ter incentivo, mas quem vai bancar esse incentivo? É outra questão a ser discutida”, analisa José Sydrião Alencar.