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Posada Carriles: terrorista confesso, protegido pelos EUA

Um terrorista e ex-agente da CIA passeia livremente pelas ruas de Miami. Luis Posada Carriles, que neste 8 de maio estará cumpriu um ano de sua libertação definitiva pela juíza Kathleen Cardone, participou ativamente de alguns dos atos de terror mais t

No ano passado, a juíza Cardone determinou a libertação de Posada Carriles, preso por violar leis de imigração. A magistrada simplesmente rejeitou a única acusação do governo dos Estados Unidos contra o réu de ter cometido fraude e mentir ao Serviço de Imigração a fim de obter sua naturalização norte-americana. Contudo, a magistrada fundamentou sua sentença com algo muito grave: “O foco deste caso não é o terrorismo. É a fraude migratória. O terrorismo e a decisão de se um indivíduo deve ser classificado ou não de terrorista descansa no poder discricionário do Executivo”.



O certo é que o governo de Washington não acusou Posada por seus atos terroristas, apesar de que dispõe de todas as provas que derivam de sua velha relação com o indigitado senhor, e que Cuba, pelas mãos do mediador, o prêmio Nobel de Literatura, Gabriel Garcia Márquez, levou diretamente ao gabinete do presidente Bill Clinton em 1998. Foi baseada no conhecimento dessas provas que a juíza Cardone, numa de suas sentenças iniciais, ressaltou, com relação a Posada, que se tratava de um perigoso terrorista, tendo inclusive enumerado parte da enfiada de mal-feitorias cometidas por este sinistro personagem.



O governo Bush insiste, em seus oito terminais meses de governo, em apresentar-se como paladino da guerra contra o terrorismo, No entanto continua ignorando o pedido de extradição de Posada Carriles apresentada no dia 15 de junho de 2005 pelo governo da Venezuela, estribada em farta documentação, inclusive em documentos desclassificados da CIA.



A aprazível vida do terrorista Luis Posada Carriles em Miami, sob proteção do governo Bush, se juntará a uma longa seqüência de violações, humilhações e atrocidades pelas quais será lembrada sua administração.Como se poderá esquecer o seqüestro secreto de pessoas em qualquer parte do mundo e levá-las, por exemplo, a alguns países da Europa com a conivência de seus governos, para lá serem torturadas, valendo-se, por sinal, de métodos aprovados pela Casa Branca, a pretexto de combate ao terrorismo?



A raiz da impunidade de Posada reside em Miami. O presidente Bush se nega a processá-lo pelo que realmente é, um terrorista. Com tal atitude viola frontalmente sua própria legislação e os compromissos e evidência, uma vez mais, seu liame umbilical com as organizações cubano-americanas de Miami, às quais praticamente deve o seu primeiro mandato.



Os ridículos e vergonhosos esforços da Procuradoria do Estado da Florida para retardar uma e outra vez o caso de fraude migratória não passam de manobras processuais para impedir, até nesse caso, a aplicação da justiça.



Esta atitude causa maior indignação ainda quando se a contrapõe com a feroz atitude da Procuradoria no caso dos 5 Patriotas, lutadores contra o terrorismo – Antonio Guerrero Rodríguez, Fernando González Llort, Gerardo Hernández Nordelo, Ramón Labañino Salazar e René González Sechweret – contra os quais se aplicou uma pena draconiana que somada, ascende a 4 prisões perpétuas mais 75 anos de reclusão, ao cabo de um processo eivado de irregularidades e totalmente parcial. No dia 12 de setembro deste ano completarão 10 anos de injusta e cruel prisão.
 


Defensores dos direitos humanos e da justiça, combatentes pela paz e contra todas as formas de terrorismo em todos os quadrantes do mundo clamam – Não à impunidade de Posada Carriles, Libertação imediata para os 5 Patriotas cubanos.



* Max Altman é jornalista e membro do Comitê Brasileiro dos 5 Patriotas Cubanos