Messias Pontes: A irracionalidade da direita golpista
Os grandes partidos de direita do País – PSDB, DEMO, PPS e o maior de todos, que é a mídia conservadora, venal e golpista – continuam exercitando o que mais gostam de fazer: tramar contra o Brasil. A irresponsabilidade dessa gente,
Publicado 09/04/2008 08:48 | Editado 04/03/2020 16:36
Não podendo mais contar com o caldo de cultura da “guerra fria” e com os aventureiros das Forças Armadas para repetir a quartelada de 1º de abril de 1964, a canalha neo-udenista trama dia e noite contra o presidente Luis Inácio Lula da Silva e o seu governo que, para desespero dos inimigos do povo, não pára de crescer no conceito da esmagadora maioria dos brasileiros, em especial junto àqueles que foram marginalizados durante 500 anos.
A banalização do escândalo ultrapassou o limite do tolerável. Somente nos três primeiros meses deste ano já são 12 crises fabricadas por tucanos, demos e sua mídia conservadora, venal e golpista. A falta de criatividade e o denuncismo exacerbado chegam ao ridículo, demonstrando a fragilidade de caráter dessa gente.
Cada nova pesquisa de opinião divulgada deixa a direita mais desorientada, já que ela perde a perspectiva de retornar ao Palácio do Planalto para dar continuidade à política anti-povo. E o que mais incomoda é que o retirante nordestino iletrado se tornou um mito inigualável em nossa história. Como a direita irracional já se convenceu que não adianta bater de frente no presidente Lula pois, como clara de ovo, só o faz crescer, a estratégia é atingir os seus principais auxiliares. Assim foi com José Dirceu, com Antonio Palocci e agora com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Todas as crises fabricadas este ano pela direita e sua mídia foram desmoralizadas, em especial a do “apagão” e a da febre amarela. Agora, numa falta incrível de criatividade, a direita inventa outro “dossiê” para incriminar uma das principais figuras do governo e assim fragilizar o presidente Lula. Há duas semanas o jornalista Luiz Nassif já havia desmascarado a trama, apontando um tucano como responsável pelo vazamento da informação dos gastos da presidência durante o governo tucano-pefelista..
Apesar do senador tucano Álvaro Dias, do Paraná, ter admitido que recebeu no Senado o conteúdo dos dados dos gastos do Coisa Ruim e sua mulher, Ruth Cardoso, antes mesmo da panfletária revista Veja, ainda assim a mídia conservadora, venal e golpista já denunciou, julgou e condenou a ministra Dilma Rousseff. “Foi ela quem fez e quem divulgou o dossiê com dados sigilosos, portanto crime”. Como punição, quer a sua saída da chefia da Casa Civil.
Como a invasão dos computadores da Casa Civil tem as digitais tucanas, estes estão apavorados com a investigação que a Polícia Federal fará para descobrir quem vazou os dados que eles chamam de dossiê. O presidente do DEMO, deputado Rodrigo Maia, querendo esconder o sol com uma peneira, afirma que “vai-se atrás de tentar desvirtuar o fato relevante que é o crime que ela (Dilma) cometeu”.
É oportuno lembrar que o senador Álvaro Dias, principal suspeito pelo vazamento das informações da Casa Civil, é useiro e vezeiro em divulgar ilegalmente informações sigilosas. O então relator da CPMI da Terra, deputado petista João Alfredo, informou, em outubro de 2004, que o presidente da Comissão, senador Álvaro Dias, foi denunciado por vazar informações sigilosas daquela Comissão. As informações diziam respeito a notas fiscais e contas bancárias da Confederação das Cooperativas de Reforma Agrária do Brasil.
A quem interessa esses “dossiês”? Em 2006 os tucanos armaram uma armadilha e pegaram uns “aloprados” do PT com um suposto dossiê contra José Serra, candidato do PSDB ao governo de São Paulo. Esse “dossiê” acusava Serra de superfaturar ambulâncias quando ele era ministro da Saúde. Na época o presidente Lula tinha uma reeleição garantida com folga. No entanto os “aloprados” foram flagrados com quase R$ 2 milhões e a mídia golpista, em especial a Rede Globo, usou e abusou das imagens do “monte” de dinheiro e conseguiu levar as eleições para o segundo turno.
O presidente Lula era o único que não tinha o menor interesse nesse “dossiê” contra José Serra, até porque sabia que o candidato tucano tinha uma eleição certa em São Paulo. Ademais, tentar “melar” a eleição de Serra poderia prejudicar a sua reeleição, como de fato acabou acontecendo, já que toda a imprensa conservadora, venal e golpista atribuía ao presidente Lula toda responsabilidade, pois o tal dossiê seria contra o seu opositor Geraldo Alkimin. Até hoje não se apurou a origem do dinheiro e os tucanos e demos não querem mais falar no assunto.
O atual “dossiê”, com todas as digitais tucanas, também não interessa à ministra Dilma Rousseff e muito menos ao presidente Lula. Tucanos, demos e Cia. parecem ter incorporado os espíritos do general Góes Monteiro e do chefe da canalha da UDN, Carlos Lacerda. O primeiro criou o mirabolante “Plano Cohen” em que os comunistas preparavam a tomada do poder; o outro divulga a tal “Carta Brandi” atribuída ao parlamentar argentino Antonio Brandi, com supostos planos do presidente Getúlio Vargas para implantar no Brasil uma república sindicalista.
Tudo mentira da grossa, e o resultado é o que todos sabem (ou deveriam saber): a decretação do famigerado Estado Novo, cuja feroz ditadura durou de 1937 a 1945; e o suicídio de Vargas, em 24 de agosto de 1954, três semanas após Lacerda ter divulgado a falsa carta.
Lá atrás, em 1922, durante a campanha presidencial, Arthur Bernardes foi acusado de escrever cartas contra os militares, sendo depois provada a falsidade; e dez anos depois da morte de Getúlio, outra vez Lacerda entra em cena na trama contra o presidente João Goulart, que acabou no golpe de 1º de abril de 1964, cuja ditadura durou longos 21 anos. Os militares golpistas mataram ou destruíram quase todas as lideranças civis, inclusive o próprio Lacerda que depois concluiu ter dado um tiro no pé.
Ontem, tucanos e demos conseguiram instalar uma CPI exclusiva no Senado para apurar o “dossiê” do Cartão de Crédito Corporativo. As duas Comissões Parlamentares de Inquérito – tanto a mista (Câmara e Senado) como a exclusiva (só o Senado) – serão dois tiros nos pés. Ou nas asas? Isto porque a entrada da Polícia Federal na investigação dos responsáveis pelo vazamento do tal “dossiê” vai apontar o principal responsável. Por isso que a canalha neo-udenista está apavorada.
Mais uma vez a direita irracional e sua mídia conservadora, venal e golpista vão ser desmascaradas.
Messias Pontes é jornalista