Líderes comunitários cobram indenização para deslocados pelo PAC no Rio
A questão da indenização e do realojamento dos moradores que terão suas casas demolidas para dar lugar às obras de urbanização é uma das que mais preocupam os líderes comunitários das favelas cariocas beneficiadas com as obras do Programa de Aceleração do
Publicado 24/03/2008 04:09
Em um debate promovido pela Rádio Nacional neste final de semana, eles destacaram o que consideram os possíveis impactos das obras e defenderam que a comunidade seja ouvida com mais freqüência.
“Só essa mudança da moradia, você sair de um barraco e ir morar num apartamento de dois quartos já é um salto de qualidade para mais de 50% dos moradores, mesmo tendo problemas que ainda serão discutidos nesses três anos. Agora vamos ver se conseguimos aumentar o número de novas habitações, para melhorar a qualidade de vida de nossos moradores”, diz Marcelo Radar, membro do Comitê de Fiscalização e Acompanhamento do PAC em Manguinhos.
Para o diretor da ONG Rocinha 21, Carlos Costa, a ações policiais devem continuar, mas não é a polícia que vai garantir as obras. “Não precisa de polícia para proteger a obra. Quem vai proteger é o morador, que é o principal interessado. Isso não é descartar a presença da polícia, enquanto estado, atuando na defesa dos cidadãos que moram ali.”
O presidente da Associação de Moradores da Grota, favela que integra o Complexo do Alemão. Wagner Bororó defendeu que a mídia passe a adotar uma postura mais positiva da mídia em relação às comunidades, destacando as mudanças trazidas pelas obras do PAC, em vez de priorizar a questão da violência do tráfico.
As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) começaram este mês em três conjuntos de favelas do Rio. De acordo com o governo federal, elas representam um investimento de R$ 1,14 bilhão e devem gerar 4,6 mil empregos diretos.
Fontre: Agência Brasil