Palestinos fazem corrente humana de 40 km contra Israel
Milhares de palestinos formaram uma corrente humana na manhã desta segunda-feira (25) na Faixa de Gaza, em um protesto contra o bloqueio israelense à região.
Publicado 25/02/2008 09:57
Desde a madrugada, o Movimento de Resistência Islâmica Hamas chamou a população pelos canais de rádio a participar do protesto, pedindo a “maior corrente humana da história”.
De acordo com a avaliação de Rami Abdu, porta-voz da Comissão Palestina contra o Bloqueio, 50 mil palestinos participaram da corrente humana de cerca 40 quilômetros, do sul ao norte da Faixa de Gaza, no protesto contra o bloqueio israelense.
As escolas da Faixa de Gaza suspenderam as atividades para que seus alunos pudessem participar do gigantesco protesto.
O Hamas anunciou que o objetivo da manifestação era realizar um protesto pacífico contra o bloqueio, “para mostrar ao mundo o sofrimento da população da Faixa de Gaza”.
Ônibus escolares e veículos particulares se dirigiram aos diferentes pontos fixados pelos organizadores para estender a corrente da cidade de Rafá (sul) até a passagem de Erez (norte), controlada pelo Exército israelense.
“O protesto tem como objetivo chamar a atenção da comunidade internacional para a deteriorada situação humanitária em Gaza devido ao bloqueio israelense”, afirmou o advogado Jamal al-Khudari, representante do Comitê Popular Palestino contra o Bloqueio, que convocou o ato.
Crianças, mulheres e homens se alinharam ao longo de 40 quilômetros da estrada Salah el-Din, a principal de Gaza e que conecta o norte com o sul do território.
Os manifestantes levavam bandeiras palestinas e de cor verde, do grupo islâmico Hamas.
Israel recrudesceu o cerco a Gaza há oito meses, aproveitando-se da disputa interna entre os palestinos, alimentada pelo bloqueio econômico perpetrado pelos Estados Unidos e União Européia, desde que o Hamas foi eleito democraticamente em janeiro de 2006 para o governo da Palestina.
“Esta corrente reflete a situação amarga na qual vive a população palestina, de pacientes que não podem viajar para receber tratamento”, afirmou Khudari.
Apesar da mídia corporativa insinuar que os palestinos façam “que a manifestação termine em desordens e que uma massa de pessoas tente se aproximar da fronteira”, como disse a BBC birtânica, Khudari disse que se trata de um ato “pacífico, com o único objetivo de conseguir o fim do bloqueio a Gaza”.
Há oito meses o Governo israelense só permite a saída esporádica de doentes, enquanto o fornecimento de produtos básicos foi limitado de forma a causar uma tragédia humanitária para os 1,5 milhão de habitantes da faixa.