Emenda de Perpétua garante curso de enfermagem da Ufac no interior

Perpétua aloca R$ 400 mil, no Orçamento Geral da União para 2008, destinados à implantação do curso de enfermagem da Ufac em Feijó.

“É o princípio da realização de um sonho”, disse a deputada, lembrando que comprou essa briga no inicio deste ano, quando em uma reunião com servidores da saúde no município de Feijó, ouviu deles o pedido de qualificação em nível superior como principal reivindicação.

Perpétua saiu sensibilizada pelo fato dos funcionários não estarem buscando apenas melhoria salarial embora esta seja fundamental, mas o merecimento de um melhor salário através da qualificação.

Em reunião com o Departamento de Saúde da Ufac, ficou acordado que  a deputada garantiria os recursos (total de R$ 1 milhão), via emendas, ficando o departamento responsável pelo envio de professores e continuidade do curso, além da realização do  vestibular, que deve resguardar 50% das vagas para os profissionais que já atuam na área.  

A deputada Perpétua Almeida se comprometeu a colocar inicialmente a emenda de  R$ 400 mil, para que o departamento viabilize o inicio do curso em 2009, de forma que possa funcionar efetivamente a partir de 2010, além de  outras emendas nos próximos anos de maneira a garantir a cobertura das despesas.

Serão cobertos pelo projeto os três municípios: Jordão, Tarauacá e Feijó.

“Dessa maneira suprimos tanto a necessidade de profissionais qualificados nessa área, no interior do estado, como através deles passamos a obter um atendimento de qualidade para a população”, disse a deputada.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 75% das

 ações básicas de saúde são realizadas pela equipe de enfermagem.

Por isso a recomendação da OMS é a de um enfermeiro para cada 500 habitantes.

Isso significa que, para uma população de quase 180 milhões de pessoas, como é o caso do Brasil seriam necessários 360 mil enfermeiros graduados, enquanto em todo o país existe a metade desse número.

Do 1,18 milhão de enfermeiros em atividade no país, de acordo com dados do Confen (Conselho de Enfermagem), 600 mil são auxiliares de enfermagem e 400 mil, técnicos de enfermagem. Apenas 180 mil são enfermeiros com nível superior, o que significa um déficit de 50%, segundo a OMS.

Problema que se agrava ainda mais no Norte e Nordeste e em regiões mais isoladas, como o município de Jordão e até recentemente também Feijó e Tarauacá. Esses dois últimos só possuíam acesso por via terrestre durante três meses por ano. Jordão permanece isolado.

De acordo com a amostragem por município do Sistema Único de Saúde (SUS), Tarauacá possui 10 enfermeiros, Feijó – terceiro município do Estado em número de habitantes – tem 9 e Jordão, apenas 2.

A carência de profissionais qualificados na área, levou a OMS a propor em 2006, uma década de investimentos em recursos humanos em saúde (2006/ 2015) para poder enfrentar os desafios nessa área.

A OMS concluiu que a apropriada identificação das necessidades da saúde da população e a adequada prestação de serviços, constituem a base sobre a qual será possível a existência de uma prática de saúde, bem como a correta definição, formação e utilização dos recursos humanos para essa área.

“Não podemos pensar em saúde se não oportunizarmos a qualificação dos profissionais que atuam na área, por isso nosso empenho em levar o curso de enfermagem para Feijó, onde também poderá receber estudantes de Tarauacá e Jordão. Quanto mais pessoas altamente qualificadas tivermos para trabalhar no estado, melhores serão as condições de vida da população. As coisas se constroem dessa forma, com um fazendo um pouquinho aqui, outro ali, mas com ações que se complementam. Falo disso para não deixar esquecerem do empenho do senador Tião Viana para trazer o curso de medicina para a Ufac. Agora garantimos também o curso de enfermagem para o interior. A harmonia no trabalho beneficia o povo. E é assim que estamos trabalhando” concluiu a deputada Perpétua Almeida (PcdoB).

De Rio Branco: Angélica Paiva