Números do PAC são mais do que positivos, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta segunda-feira (24) um balanço dos dados de execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e disse que “os números são mais do que positivos”. Durante o programa de rádio semana Café com o Presi
Publicado 24/09/2007 09:57
Há cinco meses, 52% das obras estavam num ritmo adequado. Hoje, esse índice chega a 80%. As ações acompanhadas pelo governo aumentaram para 2.014. Segundo o presidente, quase 500 ações a mais do que em maio. “[Isso] significa que o PAC está andando dentro daquilo que nós tínhamos programado. É um acompanhamento sistemático, um acompanhamento envolvendo a imprensa, envolvendo a sociedade para que o PAC comece, a partir do ano que vem, a funcionar 100% a todo o vapor”, afirmou em seu programa de rádio “Café com o Presidente”. “Algumas obras já estão andando muito bem, outras obras vão começar a andar.”
O presidente ainda disse ter a expectativa de que, em fevereiro do próximo ano, quase todas as obras de saneamento básico do PAC já estejam iniciadas. “São praticamente R$ 40 bilhões em quatro anos”, explicou.
Leia abaixo a íntegra do programa desta segunda-feira:
Olá você em todo o Brasil. Eu sou Luiz Fara Monteiro, e começa o programa de rádio do presidente Lula. Tudo bem, presidente?
Tudo bem, Luiz.
Falamos aqui direto do estúdio da Radiobrás em Brasília. O presidente Lula está em São Bernardo do Campo. Presidente, na semana passada, foi divulgado o segundo balanço do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento. Dá para dizer que o resultado é positivo, presidente?
Luiz, eu acredito que os números são mais do que positivos. Veja, os números apresentados pela coordenação geral mostram que praticamente 80% das obras do PAC estão no ritmo adequado. Ou seja, isso era apenas 52% em abril. Apenas 9,7% das ações do programa foram classificadas como preocupantes, ou seja, aquela que tem uma ação na justiça, aquela que tem uma ação no Tribunal de Contas, aquela que ainda não conseguiu licenciamento prévio.
E nós estamos monitorando até agosto 2014 ações em andamento, ou seja, é quase que 500 ações a mais do que a gente vinha acompanhando em maio do mesmo ano. Significa o quê, Luiz? Significa que o PAC está andando dentro daquilo que nós tínhamos programado, ou seja, é um acompanhamento sistemático, um acompanhamento envolvendo a imprensa, envolvendo a sociedade para que o PAC comece, a partir do ano que vem, a funcionar 100% a todo o vapor.
Porque você veja, nós, quando decidimos um projeto, esse projeto, muitas vezes, precisa do licenciamento prévio, depois desse processo entra a licitação, depois, no processo de licitação, começa, muitas vezes, uma empresa recorre da decisão da Justiça, ou seja, tudo isso está sendo resolvido agora. Algumas obras já estão andando muito bem, outras obras vão começar a andar, e a minha expectativa é que, inclusive, todo o dinheiro que nós colocamos para saneamento básico, que são praticamente R$ 40 bilhões em quatro anos, as obras comecem, quase todas, em fevereiro. Eu tenho conversado com governadores e com prefeitos, e eles estão muito otimistas com relação ao andamento das licitações que estão fazendo nos municípios.
Presidente, por falar em dinheiro, sobre a aplicação do que está previsto no Orçamento, o que foi liberado até agora não é pouco, não?
Veja, não é pouco, Luiz, se você levar em conta o seguinte: você vai liberando de acordo com o andamento da obra. Nós temos, para este ano, R$ 14,771 bilhões, ou seja, desse, apenas quase 10% já foram pagos, na verdade, mas já foram empenhados muito mais. E você vai pagando na medida em que você vai executando as obras. Eu acho que nós vamos chegar ao final do ano com uma participação muito maior de pagamento e acho que vamos entrar o próximo ano com o PAC a todo o vapor.
Esses bons números do PAC, presidente, de alguma forma estão relacionados com o atual quadro da economia brasileira?
Eu acredito que sim, Luiz, porque, veja, na medida em que a economia está estabilizada, na medida em que a indústria cresce, na medida em que o comércio cresce, na medida em que a massa salarial cresce, e a inflação fica controlada, ou seja, o PAC na verdade é um desafio, não apenas para o governo, mas um desafio para a participação da iniciativa privada junto com o governo na construção da infra-estrutura que falta para o país. Eu, particularmente, estou convencido de que o crescimento do PIB, estou convencido de que o aumento do salário, estou convencido de que a queda do desemprego, o crescimento do consumo das famílias brasileiras, ou seja, são coisas extremamente importantes, e elas estão intimamente ligadas ao PAC, sobretudo quando a gente analisa o crescimento da construção civil, que havia 20 anos estava paralisado.
Ou seja, se você pegar as estatísticas da construção civil brasileira, ela ficou paralisada praticamente 20 anos, ou seja, sem crescer nada, só mandando trabalhadores embora. De dois anos para cá, ela começou a se recuperar, nós fizemos uma série de mudanças nas leis para facilitar o funcionamento da construção civil, e hoje eu posso te dizer que estou feliz com o que está acontecendo e o que pode acontecer na economia brasileira.
Presidente, mudando de assunto. O senhor participa amanhã em Nova Iorque da reunião da ONU, a Organização das Nações Unidas, que este ano vai discutir a mudança climática. Que dados o Brasil vai levar para essa reunião?
Olha, primeiro, nós temos bons dados para mostrar nesse encontro. Ou seja, o plano de ação para prevenção e controle do desmatamento. Entre agosto de 2005 e julho de 2006, a taxa de desmatamento na Amazônia caiu 25%. A área desmatada no país baixou de 27 mil quilômetros quadrados em 2004, para 14 mil quilômetros em 2006. Só para você ter idéia, Luiz, esse desmatamento evitou a emissão de 410 milhões de toneladas de CO², evitou a destruição de 600 milhões de árvores e de mais de 20 mil aves e 750 mil primatas. Ou seja, numa demonstração de que nós estamos evoluindo de forma vigorosa para combater, cada vez mais, o desmatamento e para manter a preservação da nossa floresta, da nossa fauna. Eu estou convencido de que o Brasil tem o que dizer em qualquer debate no mundo.
OK, presidente, obrigado e até segunda-feira que vem.
Luiz, um grande abraço, e até a próxima segunda-feira.