Contratações em fornecedoras da Fiat não acompanham ritmo da montadora

Em reunião realizada nesta quinta-feira, 12, o Sindicato dos Metalúrgicos de Betim cobrou das principais fornecedoras da Fiat a contratação de trabalhadores e a conseqüente redução das horas extras realizadas

“Se levarmos em conta o cálculo do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), que relaciona cada novo emprego na montadora a outros quatro nas fornecedoras diretas, verificamos que o número de contratados de janeiro a junho nestas empresas está bastante aquém do aumento de postos de trabalho registrado na Fiat, o que explica a ‘explosão’ das horas extras”, afirma Marcelino da Rocha, presidente do Sindicato.


 


Como a Fiat contratou 2.900 trabalhadores no primeiro semestre, se considerado o cálculo do Dieese, as fornecedoras teriam admitido 11.600 trabalhadores no período. Rocha acredita que pelo menos metade destas contratações caberia à região.
De janeiro a junho deste ano, as principais fornecedoras da Fiat na região contrataram 980 trabalhadores – excluída a Teksid do Brasil, que não informou o número de admitidos.


 


Para agravar o quadro, de janeiro a junho, estas empresas demitiram cerca de 400 trabalhadores, o que reduz o saldo de novos postos de trabalho para 580. “Isso prova que as empresas podem e devem contratar mais”, conclui Rocha.


 


Na reunião, as empresas alegaram dificuldades para contratar, principalmente em razão da falta de mão-de-obra especializada na região. Para o presidente do Sindicato, a explicação, entretanto, não se resume a isso. “Uma das causas do problema é o fato de os salários nestas fornecedoras estar bem abaixo do que é pago em outras regiões do país e na própria Fiat, como apontou a versão mais recente da pesquisa ‘Do Salário às Compras’”, diz Rocha.


 


Segundo o estudo realizado pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT), a média salarial nas autopeças instaladas em Betim ocupa a 16ª posição no país. O maior salário é pago em Campinas (R$ 1.945,42). Em Betim, o salário médio é R$ 1.250,97.


 


Participaram da reunião representantes de 15 fornecedoras diretas da Fiat na região, além de outras duas (Delphi e Pilkington) que não pertencem à base metalúrgica de Betim, Igarapé e São Joaquim de Bicas.


 


De Betim,


Alexandre Magalhães