Lula anuncia 1,2 bilhão de investimentos na Bahia

As obras prevêem ampliação dos sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário da Região Metropolitana de Salvador; despoluição da Baia de Todos os Santos, com recuperação de mananciais; erradicação das palafitas; remoção de moradias em áreas de risco; e revitalização Rio São Francisco.
 

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousef, que coordena as ações do PAC, disse que os investimentos são uma espécie de pacto federativo envolvendo governo federal, estado e município. De acordo com a ministra estão sendo beneficiados municípios com mais de 150 mil habitantes. Os municípios com menos de 150 mil habitantes serão beneficiados pelo Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) e na área do saneamento participarão de seleção para serem incluídos no Orçamento da União no segundo semestre de 2007. Já para os municípios com menos de 50 mil habitantes os investimentos se darão por meio da Fundação Nacional de Saúde (PAC Funasa).

Entre os municípios beneficiados alguns têm à frente da gestão municipal prefeitos que não são da base aliada do governo. Na Bahia, isso é uma novidade. O grupo do senador Antonio Carlos Magalhães que esteve à frente do governo da Bahia durante quase 30 anos, mantinha os prefeitos da oposição à pão e água. Aliás, o ministro da Integração Regional, Geddel Vieira Lima, presente ao evento, chamou a atenção para o fato, ressaltando os novos tempos de democracia na Bahia com a eleição de Wagner governador.

O governador Jacques Wagner (PT) anunciou outros programas em execução na Bahia, a exemplo do Terra de Valor voltado para o municípios baianos com pior IDH e do Água para Todos.

Wagner chamou a atenção para os investimentos do governo federal na Bahia, desde o primeiro governo Lula, mesmo com o PFL à frente do governo do estado. “A Bahia foi o estado que mais recebeu recursos dos programas Luz para Todos e Bolsa Família, do Governo Federal”.  Ele se referiu aos governos dos aliados do senador Antonio Carlos Magalhães como incapazes de convivência democrática com a oposição, em benefício da população. “O sistema político implantado na nossa terra confundia divergência política, que é bem vinda na democracia, com impossibilidade de convivência na administração. A Bahia deixou de apresentar projetos ao governo federal por causa dessa confusão e por que a mentalidade era de que manda quem pode e obedece quem tem juízo. A Bahia que eu quero construir é aquela que organiza quem pode e participa, como está ocorrendo, quem tem juízo”, disse o governador sob aplausos. 

O presidente Lula destacou que a liberação de recursos para os municípios não foi político-partidária. “O critério que nós escolhemos é que os mais graves problemas sociais deste país estão nas grandes cidades brasileiras, sobretudo nas regiões metropolitanas''. Ao falar sobre as obras a serem realizadas, Lula disse que ''Saneamento não é uma obra que as pessoas gostam de fazer, porque quando você enterra um cano, ele fica debaixo da terra, e aí você não tem como colocar nome de um parente para homenagear como você faz com uma ponte. De 1998 a 2001, não se investiu praticamente nada em saneamento básico no Brasil''.

Apoio a Wagner

O presidente também criticou movimentos grevistas no estado da Bahia. Referiu-se à greve dos educadores da rede estadual. ''Apenas com seis meses de governo, Wagner teve 58 dias de greve dos professores. Vocês sabem que eu jamais serei contra greve, porque fiz a primeira greve depois do regime militar. Agora, é preciso que a greve não perca a racionalidade. As pessoas não podem querer que alguém que só tenha seis meses de governo, que está ainda montando a máquina, seja obrigado a ter condições de recuperar os prejuízos que as pessoas tiveram durante anos quando a direita governava esse estado, esse município e esse país'', disse Lula, em defesa do governador da Bahia.