Pobreza diminui em todo o mundo, mas desigualdade aumenta
A pobreza diminui no mundo, mas as desigualdades aumentam, em razão da má repartição do crescimento econômico nos países em desenvolvimento. Essa situação é mais marcante na América Latina e na África Subsaariana. A constatação é da ONU, num balanço sobre
Publicado 02/07/2007 10:57
O relatório que será apresentado nesta segunda-feira (15) no Conselho Econômico e Social da ONU, em Genebra, confirma que a proporção de pessoas vivendo com menos de US$ 1 por dia caiu de um terço da população para 19% (1,25 bilhão para 980 milhões) entre 1990 e 2004. Se essa tendência continuar, a meta será alcançada.
Mas o resultado é repartido de maneira desigual. Na Ásia, a pobreza diminuiu na China e na Índia, mas aumentou no Paquistão e em outros países da parte ocidental. A má repartição do crescimento ocorre dentro e entre os países.
A extrema pobreza também subiu nas ex-repúblicas soviéticas e nos ex-comunistas do Leste Europeu, mas começa a baixar para os níveis de 1980.
A parcela da população atingida pela fome diminui, principalmente na China. A América Latina também apresentou boa melhora.
Outros problemas
Vários objetivos correm o risco de não serem alcançados. Metade da população dos países em desenvolvimento continua sem sistemas sanitários de base. O combate a tuberculose é lento. Mais de 1 milhão de mulheres morrem anualmente por complicações no parto.
A ONU prevê também conseqüências sociais e econômicas graves com o aquecimento do clima, que entravam o alcance dos objetivos de desenvolvimento.
Por outro lado, uma iniciativa da ONU, a “Global Compact”, atrai companhias a assumirem responsabilidade social e ambiental em suas estratégias, e combater a corrupção. Cerca de 4 mil empresas participam da iniciativa. O Brasil tem o quinto maior numero de participantes, com 188 companhias, mais que os EUA. Os americanos são céticos sobre a iniciativa. Outra iniciativa tenta atrair o setor financeiro. As constatações são de que os chamados “fundos éticos” em geral geram retorno baixo.
Fonte: Valor Econômico