Milhares protestam na Índia contra porta-aviões americano

Em meio a grandes protestos patrocinados por organizações políticas, operárias e ambientalistas, atracou nesta segunda-feira (2) no porto de Chennai, na Índia, o porta-aviões americano USS Nimitz, o maior do planeta propulsado a energia nuclear.

A chegada do Nimitz, que tem dois motores atômicos e cerca de 65 aviões de caça e bombardeio, foi precedida de ações e protestos em repúdio à sua presença por grupos ambientalistas, operários e partidários, que alegam o possível risco de radiação e criticam a presença de armas nucleares.



Esses protestos forçaram as autoridades governamentais a aumentar a segurança a bordo do navio, que de acordo com oficiais americanos, após um longo silêncio, “não porta armas nucleares”, como informou a agência Press Trust of India (PTI).



O almirante do porta-aviões, John Terence Blake, declarou à mídia que “o Nimitz já não opera nenhum apoio às tropas que estão no Afeganistão ou no Iraque”.



Os opositores da presença do navio de guerra convocaram um protesto massivo em Chennai (antiga Madrás), capítal do Estado de Tamil Nadu, porque consideram que o navio fornece apoio militar às intervenções em ambos os países.



O dirigente do Partido Comunista da Índia – Marxista – (PCI-M), Prakash Karat, afirmou que a esquerda do país se opõe firmemente contra a visita “do que é uma arma que tem papel ativo na guerra contra o Iraque. Ainda mais, o porta-aviões tem sido usado pelos EUA para ameaçar a independência e a soberania de várias nações. Por isso, o PCI (M) e o Partido Comunista da Índia (PCI) realizam esse poderoso protesto em Chennai”.



Já D. Raja, do PCI, manifestou surpresa com as autoridades do país “pelo abandono da velha política hindu de não permitir a presença de barcos de guerra estrangeiros em suas águas territoriais”.