Evo denuncia ataques dos EUA à Bolívia
O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou neste sábado (30) que o país sofre “agressões” dos Estados Unidos. Como exemplo, citou um atentado com explosivos e dois incidentes sobre segurança que envolveram americanos.
Publicado 30/06/2007 22:58
Sua afirmação foi feita durante um discurso pronunciado numa localidade do departamento andino de Oruro, ao comentar o recente incidente da americana Doa Thin, de 20 anos. Ela foi detida no aeroporto de La Paz levando em sua bagagem cinco caixas com um total de 500 balas calibre 45.
A embaixada americana em La Paz qualificou como um “erro inocente e administrativo” que Thin não tenha declarado às autoridades bolivianas que chegava com tal munição, destinada ao chefe de segurança da delegação, coronel James Campbell.
Ao se referir ao caso, Evo disse que se tratava “de agressões, imposições e intromissão estrangeira”. Segundo o presidente, “não se pode entender para que o embaixador dos Estados Unidos (Philip Goldberg) traz balas à Bolívia”.
O governo de La Paz se declarou na sexta-feira insatisfeito com as explicações da embaixada – e Evo criticou em Assunção (Paraguai) que um juiz de La Paz tenha libertado Thin. O presidente atribuiu a decisão a pressões da legação diplomática americana.
Mais casos
Evo tamém lembrou que, em março do ano passado, outro americano, Lestat Claudius de Orleans y Montevideo, também conhecido como Triston Jay Amero, detonou duas bombas que deixaram duas vítimas em hotéis de La Paz.
O presidente citou ainda a detenção de dois jovens americanos em dezembro, durante a Cúpula Sul-Americana em Cochabamba, por fotografarem os veículos oficiais de vários chefes de Estado. Evo disse que a desculpa dada pelos jovens foi de que eram seus fãs – algo que não parece crível.
“Agora aparece uma norte-americana entrando com cinco caixas, com cem balas cada uma. Vocês têm que saber o que está acontecendo na Bolívia. Por isso digo que sinto que há agressões internas, externas”, afirmou. Segundo o presidente, “alguns países” não querem que a Bolívia saia de sua condição de “pobre e mendigo”.